Take 1 - Conhece Nikos Maitos? Eu também não. Mas Maitos é um bom retrato da sociedade grega. Funcionário da divisão de crimes financeiros, foi "visitar" a ilha de Naxos onde se suspeita de elevada fuga aos impostos e fraude fiscal. À chegada à ilha já toda a gente sabia o seu nome e a matrícula do carro que conduzia: uma estação de Rádio “denunciara-o” à população... Got it?

Take 2 - Na primeira vez que fui à Grécia percebi o problema do país. Não, não foi apenas ao comprar "souvenirs" para oferecer à família (impostos nem vê-los…). Foi no trajecto do aeroporto para o hotel. O taxista conduzia sem cinto, a velocidade excessiva e a falar ao telemóvel. Quando um agente da Polícia o mandou parar, questionando-o sobre a falta do cinto e utilização do telemóvel, o taxista ignorou-o olimpicamente e continuou a falar. Quando o agente o interrompia, lá acenava com a mão ao jeito de "Espera aí que já te atendo".

Finda a conversa o agente, irritado, deu-lhe uma “bronca”. Sem multa. O taxista encolheu os ombros, balbuciou qualquer coisa e arrancou... sem por o cinto. Got it?

Este texto pode ser lido de duas maneiras. Como manifestação de “racismo” (económico, político, etc.), coisa que nunca pratiquei. Ou como a constatação de que a Grécia tem um grave problema de governação. Que roça a desobediência civil (há funcionários dos impostos que não os cobram, ignorando a lei). É este país, cujos problemas alguns europeus (sobretudo a extrema-esquerda) teimam em não ver, que tem uma União Monetária pelos colarinhos. E que não faz nada para mudar de vida (os activos do Estado davam para pagar toda a dívida). Você acredita mesmo que vão mudar de vida?