Opinião
A cabana de Sócrates
A cabana do Pai Tomás era um local mais ou menos simpático. A de José Sócrates é um fruto da nova arquitectura urbana: foi construída sobre as ruínas da oposição que adorou chacinar-se até ao último sobrevivente.
A cabana de Sócrates tem muita gente que tem um pé direito mais adiantado e poucos pés que mostram o pé esquerdo para que o grupo parlamentar dance um eficaz «can-can». Como princípio de equilíbrio é estimulante.
O Governo de Sócrates vai ser um malabarista. Vai ter de rodar bolas como a dos impostos, do défice e do emprego sem que alguma caia no chão com estrondo. É uma actividade difícil que não poderia ser feita pelo Chapitô. Até agora Sócrates tem conseguido evitar os que adoram ir de joelhos a São Bento pedir a bênção para um tacho qualquer ou mesmo alguns dinossauros do PS que costumam ser incontornáveis quando se fala de predadores típicos da área política. É um sinal interessante.
Vamos agora só ver como Sócrates dançará o tango com a sociedade portuguesa. Depois do fascínio, da tentação e da confirmação, o amor passa por fases de dúvida. Será que ele a ultrapassará?