Opinião
100% renovável, a electricidade dos lares portugueses em 2010
O Instituto Nacional de Estatística (INE), na sua comunicação de 20 de Julho relativamente aos dados preliminares do Inquérito ao Consumo de Energia no Sector Doméstico de 2010
O Instituto Nacional de Estatística (INE), na sua comunicação de 20 de Julho relativamente aos dados preliminares do Inquérito ao Consumo de Energia no Sector Doméstico de 2010, refere que a electricidade foi a principal fonte de energia no consumo do sector doméstico, totalizando 14,5 TWh, o que corresponde a 44% do consumo.
Sabe-se ainda que nesse ano, segundo os dados da REN, a produção em regime especial de electricidade de origem renovável ascendeu a 12,9 TWh, produção essa paga praticamente na totalidade pelos consumidores domésticos. Mais ainda, a produção de electricidade renovável com origem na grande hídrica correspondente ao consumo doméstico equivale a 4,0 TWh
Da análise de ambos os relatórios pode-se então concluir que, em 2010, a electricidade consumida nos lares portugueses foi 100% renovável.
O mesmo relatório do INE refere também que foi usado nos lares portugueses 25% de outras formas de energia de origem renovável (biomassa e energia solar para aquecimento). Assim, verifica-se que praticamente 70% da energia consumida nas casas dos portugueses tem origem renovável.
Este facto é extraordinário, pois coloca os portugueses entre os povos com menor pegada ecológica no consumo de energia em suas casas. E este é um estatuto de que todos nos podemos e devemos orgulhar.
No entanto, é ainda possível melhorar o nosso "ranking". Se Portugal está no bom caminho no que toca às fontes de energia renováveis, tem ainda um longo percurso a percorrer no que se refere à eficiência energética e utilização racional da energia. Os últimos resultados de avaliação do Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética mostram que até 2015 se podem poupar 206.000 tep (toneladas equivalentes de petróleo) de energia no sector residencial e serviços, o que corresponde a uma diminuição de 4% do consumo doméstico total de 2010. E o potencial de poupança é ainda superior ao contabilizado neste plano.
A promoção da utilização das fontes de energia renovável e a implementação de acções de eficiência energética trazem vários benefícios à balança comercial portuguesa. Só em 2010, a produção de electricidade renovável em regime especial já contribuiu com uma poupança na importação de combustíveis fósseis de cerca de 520 milhões de euros e na aquisição de licenças de emissão de gases com efeito de estufa de 110 milhões de euros.
Além disso devem-se considerar ainda outros benefícios não só para a economia nacional, como a criação de emprego, a internacionalização de empresas, a exportação de serviços e equipamentos e a atracção de investimento estrangeiro; mas também para a economia local, com o desenvolvimento de zonas rurais através da transferência de riqueza, exploração integrada da floresta portuguesa e criação de empresas de forma descentralizada.
As fontes renováveis de energia, a par com a eficiência energética, garantem a independência energética e a segurança de abastecimento, ao mesmo tempo que combatem as alterações climáticas e, portanto, conservam a biodiversidade. São fontes de energia competitivas, democráticas, pacíficas e seguras, com benefícios para todos. Portugal tem sido um bom exemplo na sua utilização, pelo que estamos todos de parabéns.
Presidente da direcção da APREN - Associação Portuguesa de energias renováveis
Sabe-se ainda que nesse ano, segundo os dados da REN, a produção em regime especial de electricidade de origem renovável ascendeu a 12,9 TWh, produção essa paga praticamente na totalidade pelos consumidores domésticos. Mais ainda, a produção de electricidade renovável com origem na grande hídrica correspondente ao consumo doméstico equivale a 4,0 TWh
Da análise de ambos os relatórios pode-se então concluir que, em 2010, a electricidade consumida nos lares portugueses foi 100% renovável.
Este facto é extraordinário, pois coloca os portugueses entre os povos com menor pegada ecológica no consumo de energia em suas casas. E este é um estatuto de que todos nos podemos e devemos orgulhar.
No entanto, é ainda possível melhorar o nosso "ranking". Se Portugal está no bom caminho no que toca às fontes de energia renováveis, tem ainda um longo percurso a percorrer no que se refere à eficiência energética e utilização racional da energia. Os últimos resultados de avaliação do Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética mostram que até 2015 se podem poupar 206.000 tep (toneladas equivalentes de petróleo) de energia no sector residencial e serviços, o que corresponde a uma diminuição de 4% do consumo doméstico total de 2010. E o potencial de poupança é ainda superior ao contabilizado neste plano.
A promoção da utilização das fontes de energia renovável e a implementação de acções de eficiência energética trazem vários benefícios à balança comercial portuguesa. Só em 2010, a produção de electricidade renovável em regime especial já contribuiu com uma poupança na importação de combustíveis fósseis de cerca de 520 milhões de euros e na aquisição de licenças de emissão de gases com efeito de estufa de 110 milhões de euros.
Além disso devem-se considerar ainda outros benefícios não só para a economia nacional, como a criação de emprego, a internacionalização de empresas, a exportação de serviços e equipamentos e a atracção de investimento estrangeiro; mas também para a economia local, com o desenvolvimento de zonas rurais através da transferência de riqueza, exploração integrada da floresta portuguesa e criação de empresas de forma descentralizada.
As fontes renováveis de energia, a par com a eficiência energética, garantem a independência energética e a segurança de abastecimento, ao mesmo tempo que combatem as alterações climáticas e, portanto, conservam a biodiversidade. São fontes de energia competitivas, democráticas, pacíficas e seguras, com benefícios para todos. Portugal tem sido um bom exemplo na sua utilização, pelo que estamos todos de parabéns.
Presidente da direcção da APREN - Associação Portuguesa de energias renováveis