O início de 2015 tem sido bastante positivo para a bolsa portuguesa. Depois de uns primeiros dias de fortes quedas, o mercado nacional despertou e arrancou para semanas de excelentes ganhos. Uns dirão que isso se deve às medidas de estímulo do BCE, outros argumentarão que a bolsa já tinha sido excessivamente penalizada e que era a altura de voltar às subidas, enquanto alguns defenderão estas subidas como o resultado positivo que o baixo preço do crude terá na economia portuguesa.

Como sempre, a posteriori, é sempre fácil elencar uma série de argumentos para justificar os movimentos dos mercados. A má semana passada foi atribuída à vitória do Syriza nas eleições gregas. Mas as eleições não foram no domingo e na segunda-feira a bolsa não subiu mais de 1%? Encaixam-se as explicações para os movimentos mesmo quando as peças não encaixam bem e, num jogo de Tetris, rapidamente se perderia.

Sou suspeito. São os gráficos que comandam as minhas análises e que me fazem vestir a pele de urso ou touro. Depois de subidas tão fortes, fui escrevendo no Caldeiraodebolsa.com que era muito pouco provável que o PSI-20 conseguisse, à primeira tentativa, quebrar a importante zona de resistência entre os 5.200 e os 5.400 pontos. E a reacção ao primeiro teste foi negativa.

Um cenário que seria bem interessante para os touros seria uma consolidação junto desta zona, aliviando os indicadores técnicos, de forma a tentar a ruptura com mais hipóteses de sucesso. No entanto, até que essa ruptura aconteça, os ursos continuam a dominar em todos os horizontes temporais. Caso os 5.400 pontos sejam quebrados consistentemente, será o primeiro grande sinal de força dos touros que passam a dominar no curto prazo. Mas recordo que a fronteira entre o "Bear" e o "Bull Market" se situa nos míticos 6.300 pontos.

Lamento não ter explicado porque subiu ou desceu a bolsa. Não gosto de Totobolas feitos ao domingo à noite.

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