Opinião
Ponto. Ponto. Ponto.
Para quê remar contra a maré? 5600 e 6300 são os números mágicos do PSI.
Gosto de frases curtas. De pontos finais. Marcam o ritmo. Marcam o silêncio. Fazem a mente parar por uns segundos enquanto o coração bate. Até se encontrarem de novo. E respirarem juntos de novo. Até ao próximo ponto. Até ao próximo silêncio.
É verdade que as vírgulas são menos controversas, são um ponto intermédio que fazem lembrar tudo aquilo que nem aquece nem arrefece. E que as reticências - em teoria - fazem as pessoas pensar… Mas são os pontos finais que, ao nos obrigarem a parar e a pensar no silêncio, nos fazem chegar a nós. E respirar. Muito. Muito. Muito. Servindo-nos das palavras para chegar apenas ao próximo ponto final. Como se as palavras fossem meros veículos de transporte até ao verdadeiro objectivo. O silêncio.
[de volta à terra]
Banif. Para os investidores, deixou de ser um Banco e passou a ser uma tragédia. Culpa própria de quem investiu à espera dos milagres, das notícias que nunca mais saíam. Os tons deixaram de ser cinzentos e passaram a negro. Durante todo este tempo, os investidores ignoraram o maior de todos os avisos. O preço. Esse ser insensível que não parava de cair e de sinalizar que o futuro não lhes sorria. Nunca se esqueçam dele.
Stop. Stop. Stop. Essa palavra mágica que os investidores ignoram, confiantes que o mercado lhes vai dar razão. Cortar as perdas não devia ser uma frase apenas dos livros. É o cinto de segurança dos investidores. Mas assumir que se perde dói. Sobretudo ao ego, o maior dos inimigos dos investidores.
Quem não vendeu na OPA da Cimpor assiste, atónito, à queda livre das suas acções. Como quase sempre, quem não vende nas OPA arrepende-se. Sejam elas, quais forem.
18. É este o número de acções do PSI20. Os meses vão passando e o 18 vai dando lugar ao 18, que dá lugar ao 18. Continua a humilhação da Bolsa portuguesa. Se não há acções que cumpram os requisitos que haja coragem. Mude-se o nome.
O PSI - seja qual for o seu nome - cai há 9 meses. Lenta agonia que alguns corajosos investidores teimam em contrariar. Para quê remar contra a maré? 5600 e 6300 são os números mágicos do PSI. Antes dessas resistências serem quebradas, ficar de fora a assistir ao filme é a melhor das opções. Não que o filme seja bonito, mas o bilhete pode ser demasiado caro.
A Bolsa é uma longa maratona. Mesmo que muitos só pensem no sprint de 100 metros.
[deixando apenas, de novo, a ponta do dedo grande do pé na Terra]
Uns medem a pulsação com os dedos nos pulsos. Outros com dois dedos na garganta. A pulsação de uns mede-se pelo coração que salta do peito quando as palavras estão a mais. Eu sinto-me sempre com a pulsação mais acelerada quando as frases se enchem de pontos finais. As palavras soam mais fundo. Como se os sons tivessem profundidade. Como se o soletrar ficasse mais bonito a cada ponto final. A cada respirar. A cada silêncio.
Ponto. Ponto. Ponto.
Silêncio.
Comente aqui o artigo de Ulisses Pereira
É verdade que as vírgulas são menos controversas, são um ponto intermédio que fazem lembrar tudo aquilo que nem aquece nem arrefece. E que as reticências - em teoria - fazem as pessoas pensar… Mas são os pontos finais que, ao nos obrigarem a parar e a pensar no silêncio, nos fazem chegar a nós. E respirar. Muito. Muito. Muito. Servindo-nos das palavras para chegar apenas ao próximo ponto final. Como se as palavras fossem meros veículos de transporte até ao verdadeiro objectivo. O silêncio.
Banif. Para os investidores, deixou de ser um Banco e passou a ser uma tragédia. Culpa própria de quem investiu à espera dos milagres, das notícias que nunca mais saíam. Os tons deixaram de ser cinzentos e passaram a negro. Durante todo este tempo, os investidores ignoraram o maior de todos os avisos. O preço. Esse ser insensível que não parava de cair e de sinalizar que o futuro não lhes sorria. Nunca se esqueçam dele.
Stop. Stop. Stop. Essa palavra mágica que os investidores ignoram, confiantes que o mercado lhes vai dar razão. Cortar as perdas não devia ser uma frase apenas dos livros. É o cinto de segurança dos investidores. Mas assumir que se perde dói. Sobretudo ao ego, o maior dos inimigos dos investidores.
Quem não vendeu na OPA da Cimpor assiste, atónito, à queda livre das suas acções. Como quase sempre, quem não vende nas OPA arrepende-se. Sejam elas, quais forem.
18. É este o número de acções do PSI20. Os meses vão passando e o 18 vai dando lugar ao 18, que dá lugar ao 18. Continua a humilhação da Bolsa portuguesa. Se não há acções que cumpram os requisitos que haja coragem. Mude-se o nome.
O PSI - seja qual for o seu nome - cai há 9 meses. Lenta agonia que alguns corajosos investidores teimam em contrariar. Para quê remar contra a maré? 5600 e 6300 são os números mágicos do PSI. Antes dessas resistências serem quebradas, ficar de fora a assistir ao filme é a melhor das opções. Não que o filme seja bonito, mas o bilhete pode ser demasiado caro.
A Bolsa é uma longa maratona. Mesmo que muitos só pensem no sprint de 100 metros.
[deixando apenas, de novo, a ponta do dedo grande do pé na Terra]
Uns medem a pulsação com os dedos nos pulsos. Outros com dois dedos na garganta. A pulsação de uns mede-se pelo coração que salta do peito quando as palavras estão a mais. Eu sinto-me sempre com a pulsação mais acelerada quando as frases se enchem de pontos finais. As palavras soam mais fundo. Como se os sons tivessem profundidade. Como se o soletrar ficasse mais bonito a cada ponto final. A cada respirar. A cada silêncio.
Ponto. Ponto. Ponto.
Silêncio.
Comente aqui o artigo de Ulisses Pereira
Nem Ulisses Pereira, nem os seus clientes, nem a DIF Brokers detêm posição sobre os activos analisados. Deve ser consultado o disclaimer integral aqui
Analista Dif Brokers
ulisses.pereira@difbroker.com
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