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19 de Abril de 2017 às 19:51

Os mentirosos

É inadmissível, políticos com responsabilidades, tratarem-nos como ignorantes. Falta de vergonha na cara. Este comportamento é usual em muitas situações, nenhuma conhecida por democracia.

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Para ser clara e concisa, recorri à Wikipédia para dizer o que fez Pedro Silva Pereira no seu artigo de 15 de abril no Jornal de Notícias, os bravos do Eurogrupo: "Ao contrário da busca de imparcialidade na comunicação, a propaganda apresenta informações com o objetivo principal de influenciar uma audiência. Para tal, frequentemente apresenta os factos seletivamente (possibilitando a mentira por omissão) para encorajar determinadas conclusões, ou usar mensagens exageradas para produzir uma resposta emocional e não racional à informação apresentada. O resultado desejado é uma mudança de atitude em relação ao assunto no público-alvo para promover uma agenda política. A propaganda pode ser usada como uma forma de luta política." Que pode ser usada pode, que eu não reaja à lavagem cerebral é outra coisa.

 

Depois de António Costa ter pedido reiteradamente a demissão de Dijsselbloem: "Numa Europa a sério, o senhor Dijsselbloem já estava demitido…"; "P. Usted fue quizás el gobernante europeo más duro con el presidente del Eurogrupo. ¿Cree que debe dimitir? R. Es una cuestión de tiempo; ese señor está de paso…"; "A nossa posição está dita, é a posição que temos, e o senhor Dijsselbloem não tem a menor condição para exercer as funções que está a exercer", vem Pedro Silva Pereira escrever que "Parece que um ruidoso grupo de políticos e comentadores espertalhaços… queriam que o Governo português tivesse pedido a demissão do presidente do Eurogrupo em plena reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro…" e que "Felizmente, o Governo não caiu nessa esparrela."; "… o Governo… exigiu… ao mais alto nível, a demissão do senhor Dijsselbloem…; teve a coragem de, através do secretário de Estado Mourinho Félix, confrontar, cara a cara, o senhor Dijsselbloem e exigir-lhe um pedido de desculpas em plena reunião do Eurogrupo; … está a trabalhar ativamente… na construção de uma alternativa para a liderança do Eurogrupo".

 

Não se percebe a necessidade de prosa tão mirabolante, até porque o país apoiaria sem muitas hesitações a nomeação de Centeno para o Eurogrupo, caso a questão se colocasse. É inadmissível, políticos com responsabilidades, tratarem-nos como ignorantes. Falta de vergonha na cara. Este comportamento é usual em muitas situações, nenhuma conhecida por democracia. Chama-se a isto lavagem da história.

 

Jurista

 

Artigo em conformidade com o novo Acordo Ortográfico

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