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Miguel Pina e Cunha - Professor 06 de Julho de 2016 às 19:05

Livros de gestão (e não só) para este verão

Cumprindo o hábito, aqui ficam alguns livros que o leitor do Negócios poderá considerar para as férias. É verdade que as férias servem para descansar, mas estes textos são um prazer com o qual se pode aprender. Como tal, leem-se como prémio e não como castigo.

"O Paradoxo do Poder", de Dacher Keltner (Temas e Debates). Keltner, professor na Universidade da Califórnia, é um dos mais interessantes autores sobre a psicologia do poder. De forma simples digamos que Keltner se interessa por saber como o poder sobe à cabeça (literalmente, dir-se-ia). Este livro resume a investigação que tem feito ao longo dos anos e mostra como depois de alcançarem o poder muitos líderes mudam o seu comportamento e acabam por precipitar a queda.

 

Outra obra recente e acabada de traduzir é "Robôs" de Martin Ford (Bertrand). Galardoado como livro do ano de 2015 pelo Financial Times, este trabalho é uma das referências sobre o papel dos robôs e da inteligência artificial na emergência da quarta revolução industrial, em curso. Uma importante referência e uma oportunidade para aproveitar o bom tempo para pensar no tempo que aí vem.

 

Boa é também a leitura de Charles Duhigg, com "Smarter, Faster, Better" (Penguin). Escrito por um jornalista do New York Times, é um resumo repleto de ilustrações de algumas ideias mais importantes da gestão contemporânea. As ilustrações são melhores do que as prescrições mas, no cômputo geral, é uma boa obra para ler sem necessidade de excesso de concentração.

 

Para o leitor mais introvertido o livro certo é "O Poder Silencioso", de Susan Cain (Temas e Debates). Temos normalmente a ideia de que um bom líder é alguém necessariamente extrovertido. Pois a autora vem mostrar que os introvertidos têm as suas próprias vantagens e que a exuberância da extroversão não é necessariamente recomendável (veja-se o caso de Trump).  

 

Duas biografias para terminar. Uma mais recente: "O Fator Churchill", por Boris Johnson (Dom Quixote). Parece claro que Boris deu um passo maior que a perna. Há quem defenda que ele se julga o novo Churchill. Não é. Depois do Brexit, o livro lê-se com um novo ângulo. E finalmente "Estaline", de Robert Service (Europa América) que este colaborador do Negócios acaba de ler. Uma obra monumental que mostra que o poder corrompe e que o poder absoluto corrompe absolutamente. Voltemos a Keltner: para prevenir abusos, nada melhor do que não pôr as maçãs todas no mesmo cesto. Estaline será um caso extremo mas, como ilustrado por Keltner, não é preciso ser um monstro para ser tentado pelo lado negro da força.        

 

Professor na Nova School of Business and Economics

 

Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico 

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