Opinião
Que estranha forma de vida…
Uns resignam-se, outros preparam-se para abandonar. E que tal unirem-se e lutarem? Pela visão dum país melhor, contra a resignação e o torpor. Pelos nossos filhos e por este belo país.
A FRASE...
"Às vezes é preciso um susto. Portugal vence no Luxemburgo."
TSF, 31 de março de 2021
A ANÁLISE...
Alguns dos melhores futebolistas do mundo são portugueses, estrelas das suas equipas nos campeonatos mais competitivos do mundo. Ronaldo, Rúben, Bruno, Bernardo, João, Diogo, são nomes portugueses que os fãs de futebol aprenderam a pronunciar e que nos enchem de orgulho. Cada um por si vale milhões e é digno de admiração pela sua arte e conquistas. No entanto, quando juntos na seleção, parece que são atingidos por um torpor, uma modorra, algo que os invade e que lhes tolhe o engenho, a competitividade e o brio. Dá gosto ver Bernardo a triangular com Cancelo no Manchester City, mas dá uma angústia ver os mesmos dois prodígios de Guardiola a falhar passes na seleção. E as oportunidades perdidas por Ronaldo…? Ou ganhamos por margem mínima contra os mais fracos, ou roemos unhas. O apuramento é a fazer contas ou play-offs. E lá ganhamos troféus através de empates, prolongamentos e sustos. Porquê? O que se passa com os jogadores portugueses que, quando em conjunto, parecem perder qualidades?
Se fossem só os jogadores… Muitos empresários portugueses, craques, constroem impérios para onde emigram. Ou quando exportam, expostos à agressiva concorrência internacional, são uns valentes e lutam com denodo contra os melhores, são dos melhores e vencem. Contudo, quando por cá e em conjunto parecem cair facilmente no mesmo torpor dos jogadores da seleção. Encostam-se facilmente a um Estado intrusivo, não resistindo a essa dependência. Querem apenas não ser prejudicados, que lhes calhe qualquer coisa. Que diferença para os seus congéneres franceses ou espanhóis, que lutam todos os dias nas suas associações e confederações contra ideologias nefastas e pela economia social de mercado.
Claro que isto são generalidades. De vez em quando a seleção joga bem e temos empresários de excelência em Portugal que não se deixam ir, que lutam todos os dias. Mas são poucos. Porque o sistema não os favorece. Cada vez mais intrusões, regulamentos e licenças, mais poder discricionário do Estado e mais vingativo. E um ambiente político e social hostil às empresas criadoras de riqueza. Uns resignam-se, outros preparam-se para abandonar. E que tal unirem-se e lutarem? Pela visão dum país melhor, contra a resignação e o torpor. Pelos nossos filhos e por este belo país.
Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências diretas e indiretas das políticas para todos os setores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.
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