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28 de Outubro de 2016 às 10:17

A esquina do Rio

Esta semana, o menino A. Costa regressou ao jardim infantil e puxou para a roda de brincadeiras o menino M. Centeno.

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O Homem é um animal inteligente que muitas vezes se comporta como um imbecil.
Albert Schweitzer

Brincadeiras
Esta semana, o menino A. Costa regressou ao jardim infantil e puxou para a roda de brincadeiras o menino M. Centeno. Juntos, fizeram os outros meninos jogar às escondidas e à apanhada. No recreio de S. Bento, uns meninos queriam mais histórias e contas, outros queriam esconder os cadernos e os livros; uns queriam mudar as regras dos jogos, outros queixavam-se de batota; uns queriam novos esconderijos, outros queriam espreitar em todo o lado onde iam antes. Os meninos Costa e Centeno sonegaram números, alteraram leis, esconderam factos e, no fim, disseram que eram os outros meninos que não sabiam brincar e lhes estavam a estragar o recreio. Quando o reitor do colégio, o Sr. Ferro, veio dizer que assim não valia, ficaram aborrecidos e até os companheiros de carteira, Catarina e Jerónimo, apareceram a dizer que também queriam ver os segredos escondidos. Mesmo assim, os meninos Costa e Centeno viraram-se para os da turma do lado, que diziam que assim não entravam na brincadeira, troçaram deles e queriam que não estivessem nos jogos do recreio. Assim vai o Governo e o país - de brincadeira em brincadeira, de jogo em jogo, de ilusão em ilusão. Um dia destes, começa a barra do lenço e vamos a ver quem ouve melhor e corre mais depressa. O menino Costa não tem ar de ser grande corredor.

Dixit
Não apreciamos muito que se ponham à frente.
Jerónimo de Sousa,sobre o Bloco de Esquerda, numa entrevista à SIC.

Semanada
• Um estudo europeu indica que mais de 30% das mulheres portuguesas têm sintomas depressivos, enquanto nos homens a percentagem é de 16% • depois de ter eliminado centenas de lugares de estacionamento com as obras que estão a decorrer, o candidato do PS à Câmara de Lisboa, Fernando Medina, promete que criará 7.000 novos parqueamentos em 2017 • as obras para a nova feira popular de Lisboa começam na próxima semana, anunciou o substituto de Costa na autarquia da capital • esta semana, o substituto-candidato fez promessas dia sim, dia não • o poder local irá receber mais 2,9% de verbas em 2017, ano de eleições autárquicas • o PS não quer viabilizar uma marina de recreio em Setúbal proposta pela autarquia, do PCP • o PCP criticou o Bloco de Esquerda por este partido não acompanhar o Presidente da República na visita oficial a Cuba • o investimento aplicado em ciência, em percentagem do PIB, desceu em 2015 pelo sexto ano consecutivo, segundo um relatório agora divulgado • o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com aeronaves não tem orçamento para assegurar a descodificação em França de uma caixa negra de um avião da TAP, que teve um incidente ao aterrar e teve que pedir uma autorização especial • entre 2008 e 2015, os utilizadores de redes sociais em Portugal passaram de 17,1% para 54,8% • o Ministério da Saúde deve 25 milhões aos bombeiros, dívida relacionada com o transporte de doentes • a taxa de prevalência de infecções hospitalares em Portugal é quase o dobro da média dos países europeus • grande parte das ambulâncias do INEM têm dez anos, cada vez têm mais avarias e as reparações de que necessitam estão orçamentadas em três milhões de euros.


Folhear
Como representar um mundo que é tridimensional em duas dimensões? É este o desafio que David Hockney continua a perseguir. E, enquanto o faz, sendo precursor na utilização do iPad como instrumento de produção artística, é co-autor, com Martin Gayford, de um livro fascinante sobre a imagem - "A History Of Pictures" - que pretende traçar o percurso desde os desenhos das cavernas pré-históricas até às ilustrações produzidas em computador. Uma imagem, diz Hockney, é a única forma que temos de dar conta daquilo que vemos e isso ajuda-nos a compreender o mundo em que estamos. Hockney, um dos mais importantes artistas plásticos vivos, juntou-se ao crítico de arte Martin Gayford para explicar como as imagens foram uma presença e testemunho constante da vida humana ao longo dos milénios. O livro, extenso e, obviamente, cheio de ilustrações, mostra a evolução das imagens no tempo, ao longo de séculos, mas também traça paralelos, mostra semelhanças, evoca diferenças e coincidências. As imagens, sejam desenhadas, pintadas, fotografadas ou digitalizadas, são o tema deste livro que, de uma forma arrebatadora, nos leva através da história da evolução da criatividade humana - colocando, por exemplo, a Mona Lisa ao lado de uma fotografia de Marlene Dietrich, imagens com mais de quatro séculos de diferença, mas que, talvez, têm tanto em comum. Edição Thames & Hudson, na Amazon.

Gosto
O Doc Lisboa, Festival Internacional de Cinema, está na sua 14ª edição e vai até dia 30 de Outubro - programa e informações em www.doclisboa.org

Não gosto
Para construir a sua Academia, o Sporting de Braga começou obras sem licenciamento da Câmara Municipal e arrancou seis dezenas de sobreiros, antes de chegar a respectiva autorização.

Ver
Nos últimos anos, não tem sido muito frequente encontrar uma exposição de originais de Cristina Ataíde em Portugal - de tal maneira tem tido uma presença internacional, em países como Espanha, Brasil, Estados Unidos e, muito proximamente, Itália, em Roma. É curioso como este esforço internacional de artistas portugueses passa tantas vezes despercebido, quando comparado com outras internacionalizações "made in Portugal". O trabalho e o esforço de artistas como Cristina Ataíde contribuem para criar uma imagem de Portugal fora dos estereótipos típicos habituais ou das meras passagens por feiras de arte.
É um trabalho de cruzamento de influências, de diálogo de culturas, feito através de residências, instalações concebidas para determinados locais ou, simplesmente, o resultado de "workshops". O Estado, que há anos não tem uma política de compras de obras de artistas contemporâneos, enquanto delapida dinheiros públicos em operações de cosmética e propaganda política, faz menos pelo prestígio criativo de Portugal que nomes como Cristina Ataíde ou Pedro Calapez, para citar apenas dois que frequentemente se cruzam fora das luzes das modas passageiras. De qualquer maneira, o que interessa é que Cristina Ataíde apresenta um conjunto de obras de escultura e pintura, na Galeria Belo-Galsterer, que mostram uma coerência invulgar e um depurado sentido de utilização da forma e da cor. Até 7 de Janeiro, Rua Castilho 71, r/c esq.

Arco da velha
Um homem de 83 anos foi detido na posse de um arsenal de armas, em Vila Franca de Xira, após se ter envolvido num incidente que envolveu ofensas à integridade física de terceiros. 

Ouvir
Otis Redding, músico, compositor, cantor e produtor, morreu prematuramente em 1967, aos 26 anos, num acidente de avião a meio de uma digressão, na melhor fase da sua carreira. A sua canção mais conhecida, "(Sittin' On) The Dock of the Bay" foi o primeiro grande êxito póstumo da música popular norte-americana do pós-guerra. Antes disso, tornou-se notado em vários discos e sobretudo em "The Otis Redding Dictionary Of Soul - Complete & Unbelievable", de 1966. Eram 12 temas históricos, de "Tennessee Waltz" a "Try A Little Tenderness", passando por "Love Have Mercy", "Sweet Lorene" ou "My Lover's Prayer" e, claro, uma pessoalíssima versão de "Day Tripper", que tinha sido gravada pouco antes pelos Beatles, em 1965. "Try A Little Tenderness", um original de Jimmy Campbell, Reg Connelly e Harry M. Woods, uma canção que já tinha sido gravada por Frank Sinatra e Bing Crosby, nunca tinha sido cantada da forma que Otis a gravou para esse disco, acompanhado por Booker T and The MG's, com Isaac Hayes na produção - uma equipa extraordinária. Há quem diga que é o seu melhor registo de sempre. "The Otis Redding Dictionary Of Soul - Complete & Unbelievable" foi agora reeditado, em duplo CD, com várias versões bónus para além do alinhamento original, nas versões em mono e "stereo". É um testemunho exemplar de um dos músicos que redefiniu o rhythm'n'blues e levou a música negra a audiências como nunca antes tinha tido. Edição Warner, disponível em Portugal.

Provar
Situado em Oeiras, no edifício do recuperado Palácio do Egipto, bem no centro, junto à Igreja, ao mercado e aos Bombeiros, está um restaurante que mistura culinárias de várias regiões do mundo. Originário de uma outra zona do concelho, o restaurante mudou-se para ali depois das obras de recuperação daquele espaço. Do anterior local trouxe clientes e a equipa que, entretanto, foi sofrendo algumas modificações. Chama-se Mensa, podia levar a alcunha de "casa do atum fresco" - que é o ingrediente que surge em grande parte das propostas do menu. Numa recente visita, a entrada foi pimentos padrón acompanhados de camarões em molho doce de chili. De seguida, atum braseado com molho teriyaki e um outro atum com coentros e manjericão, acompanhados por legumes cozinhados em wok. A sobremesa, por sugestão de um cliente habitual, foi ananás aos pedaços, temperado com basílico e moscatel de Azeitão, uma mais do que agradável surpresa. Nos pratos principais, quem quiser pode experimentar o caril de galinha e camarão, ou o lombo de vaca com sementes de sésamo. Tudo isto está disponível em doses e meias doses e o ideal é mesmo petiscar e dividir. A carta de vinhos tem boas propostas a preços honestos. O serviço é comandado e em boa parte executado pela proprietária, sempre atenta. Mensa - Rua Doutor Neves Elyseu - Centro Cultural Palácio do Egipto Loja 2, 91 205 40 77. Encerra ao Domingo.



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