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O emprego dos engenheiros portugueses

A população de um país pobre, Portugal, contribui com os seus impostos, para a formação, nas universidades públicas, de engenheiros de elevada qualidade, que “exporta”, a custo zero, para o país mais rico da Europa, a Alemanha.

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Portugal tem um conjunto de Faculdades de Engenharia, públicas, que resistiram heroicamente à degradação do ensino público, e produzem engenheiros, de todas as especialidades, de boa e muito boa qualidade académica.

 

Estes engenheiros, devidamente enquadrados, em empresas exigentes e de qualidade, tornam-se, rapidamente, bons e muito bons profissionais de engenharia.

Infelizmente, o país não possui empresas, em número suficiente, com dimensão e capacidade tecnológica, para os receber e retirar deles o enorme potencial de que dispõem.

 

O nosso tecido empresarial, constituído maioritariamente por PME, que os partidos de esquerda idolatram, por razões ideológicas, na convicção de que o seu eleitorado se identifica com a miséria financeira e intelectual, não tem qualquer capacidade para absorver os nossos engenheiros.

 

E, por essa razão, os nossos melhores e mais corajosos engenheiros continuam a emigrar para os países do Norte da Europa, em particular para Inglaterra e Alemanha, que os recebem de braços abertos, os integram nas suas empresas e aproveitam as suas capacidades académicas e profissionais.

 

Verifica-se, assim, uma situação incompreensível.

 

A população de um país pobre, Portugal, contribui com os seus impostos, para a formação, nas universidades públicas, de engenheiros de elevada qualidade, que "exporta", a custo zero, para o país mais rico da Europa, a Alemanha.

 

Estamos perante um absurdo completo, um paradigma totalmente errado.

 

O que devíamos estar a fazer, e não se vê nenhum movimento significativo do actual Governo nesse sentido, era exactamente o contrário. 

 

Criar incentivos claros, corajosos, de dimensão financeira e fiscal, significativos, para o crescimento rápido das nossas empresas, por processos de fusão e aquisição.

 

Atrair empresas de base tecnológica, do Norte da Europa, para se localizarem em Portugal, criando incentivos claros para a sua deslocação para o nosso país e para a absorção de engenheiros e utilização da engenharia portuguesa.

 

Como tem feito a Irlanda, com enorme sucesso.

 

Criando, de facto, emprego de qualidade.

 

Como ocorreu, no passado, no nosso país, em que fomos capazes de atrair grandes projectos industriais e de serviços, com elevada incorporação tecnológica, de empresas alemãs de referência.

 

Com uma aproximação estratégica clara, com incentivos adequados, com estudo profundo para a construção de clusters associados a esses projectos estruturantes, com um discurso político amigo do investimento estrangeiro.

 

Mas não creio que nada disto venha a acontecer no futuro próximo.

 

O actual Governo continua refém dos partidos de esquerda, a sua primeira prioridade para a associação e concertação de posições políticas.

 

Que mantém um discurso político de aversão ao investimento de grandes unidades, nacional e estrangeiro.

 

Prosseguindo, deste modo, o caminho da pequenez, do empobrecimento e da promoção da mediocridade nacional.

 

Gestor de Empresas

 

Artigo em conformidade com o antigo Acordo Ortográfico

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