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Promessas do novo ano

A Internet das Coisas, prometida desde a década de 90 do século passado, é agora finalmente objeto de grande investimento pelos gigantes das tecnologias. 2017 vai certamente trazer muitas novidades.

Política instável pela incerteza chamada Trump, terrorismo a ameaçar uma escalada, ambiente a degradar-se ainda mais. Apesar deste contexto, o campo das tecnologias promete continuar a evoluir de forma vertiginosa e fantástica. É de alguns desses desenvolvimentos que trato aqui.

 

Muita atenção à inteligência artificial. Não é assunto novo, mas tendo em conta os enormes investimentos das grandes empresas tecnológicas e a entrada em força da China, é certo que assistiremos a significativos avanços em 2017. Sobretudo em três áreas: aprendizagem das máquinas, apps e Internet das Coisas. Como os nomes indicam as máquinas aprenderão, por si só, a cumprir determinadas tarefas; teremos muito mais apps com inteligência artificial incorporada; e, no campo da chamada Internet das Coisas, estas passarão a comunicar entre si em muitos ambientes, desde os comerciais, aos urbanos ou da habitação.

 

A China, por exemplo, é já o mais importante investidor em inteligência artificial. A chinesa Baidu, praticamente desconhecida até há pouco, é agora líder no reconhecimento de voz e linguagem e no domínio comercial. A chamada linguagem natural é aliás um dos domínios de maiores expetativas no futuro próximo. Google, Amazon, Microsoft e IBM competem ferozmente no desenvolvimento desta e de outras tecnologias de inteligência artificial.

 

A realidade virtual e a realidade aumentada são outros domínios muito prometedores. Com anos de tentativas sem grande sucesso, assistimos em 2016 ao aparecimento do jogo Pókemon Go que rapidamente se tornou viral. Serviu para demonstrar que estas realidades estão maduras para múltiplas aplicações.

 

Do mesmo modo, a Internet das Coisas, prometida desde a década de 90 do século passado, é agora finalmente objeto de grande investimento pelos gigantes das tecnologias. 2017 vai certamente trazer muitas novidades.

 

Os carros elétricos e sobretudo sem condutor são outros domínios muito prometedores. Entre outras coisas, e desde logo o conceito de propriedade do automóvel, os carros sem condutor vão obrigar a uma vasta reformulação da circulação móvel nas cidades. Seria importante que a gestão urbana, que continua às voltas com os problemas de congestionamento e estacionamento, começasse a pensar numa cidade com poucos automóveis particulares. Mais espaço público, novos conceitos de mobilidade e respetivas aplicações, novos equipamentos, são algumas das possibilidades que se abrem a uma cidade de transportes "on demand" e não como hoje parados nas ruas durante grande parte do tempo ou, no caso dos públicos, com paragens e horários obrigatórios.

 

Destaco ainda no plano das redes sociais o caso do LinkedIn. Lançado em 2002, era uma rede chata e desinteressante. Durante muito tempo não se percebeu qual era realmente a sua utilidade prática. No melhor, não passava de um repositório de gente que tinha um emprego e outros que o procuravam. Era um arquivo de "curricula". Depois passou a incluir textos, conversas, imagens e uma dinâmica tipo Facebook, mas sem gatinhos, frases célebres e as parvoíces habituais. O que faz toda diferença. O LinkedIn é agora uma rede profissional extremamente informativa e atrativa em particular para o recrutamento. Tão atrativa que a Microsoft pagou, em meados do ano passado, uns módicos 26 mil milhões de dólares pela sua aquisição. Mas o mais importante é que o LinkedIn atual representa um novo tipo de rede social não generalista, focada, inteligente e útil. É para aí que temos de caminhar.

 

Artista Plástico

 

Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico

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