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09 de Setembro de 2019 às 19:22

Uma nova social-democracia: o centro como fragilidade do regime

Um regime político que não estimule as alternativas numa linha de continuidade de esquerda e direita, sem uso dos extremos, é substancialmente frágil. A direita em Portugal foi sempre moderada, e a esquerda sempre perturbadora do modelo europeu.

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A FRASE...

 

"Uma das revelações mais extraordinárias ...vem do esforço do Bloco de Esquerda para disputar o grande maná do eleitorado do centro."

 

Manuel Carvalho, Público, 8 de Setembro de 2019

 

A ANÁLISE...

 

Os usos constantes da expressão "social-democracia", e agora recentemente pelo Bloco de Esquerda de Catarina Martins, e que "as eleições se ganham ao centro", apenas revela que os atores políticos de esquerda não têm uma ideia para Portugal, mas um único instrumento de política: debater o modelo de redistribuição dos impostos na sociedade usando uma roupagem e linguagem de moderação, em que as nacionalizações  são estratégicas.  É uma refrega do tipo Robin dos Bosques. As modalidades vão desde "roubar" aos credores (dívida) ao confisco da "nobreza" (em linguajar da "nova social-democracia", as grandes fortunas, as grandes famílias e os poderosos). Como estes, no passado recente, foram na cantilena da engenharia social de Sócrates que os faliu a quase todos impiedosamente, depositando-se os problemas no sistema bancário e no de capitais, o novo tributo é um verdadeiro ataque ao que resta da pouca riqueza (poupança acumulada) dos portugueses e uma anestesiante carga fiscal aos rendimentos dos remediados. O PSD, CDS, Aliança e Iniciativa Liberal só podem ser a alternativa a um modelo que provou não gerar crescimento para que os remediados o possam ser de novo. A contenda não é entre o bem e o mal: é entre convicções sobre modelos e formas de resolver os problemas da sociedade. Isto é a democracia. Os resquícios de elite nos salões ou conversas privadas atacam Rui Rio, Cristas, Santana e os desconhecidos da Iniciativa Liberal, usando o mais diverso vocabulário e as mais disparatadas versões sobre os atores. Promovem assim a abstenção do centro reformista, para se colarem à abstenção nas reformas que os mantêm à tona de água. Não se queixem depois da conjuntura internacional, dos excessos da globalização, de Trump, de Boris, dos movimentos direitistas europeus e dos radicalismos esquerdistas. Esqueceram e nada aprenderam.

 

Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências diretas e indiretas das políticas para todos os setores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.

maovisivel@gmail.com

 

 

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