Opinião
Churchill, De Gaulle e Jean Monnet estavam certos!
As políticas de esquerda, privilegiando a falsa igualdade do desenvolvimento social a qualquer custo, em detrimento da liberdade futura e da crescente tirania fiscal, aprisionaram o nosso futuro.
A FRASE...
"Enquanto Centeno atirava foguetes, eram divulgados os números das contas externas, que revelam o padrão anterior da bancarrota."
Luís Marques, Expresso, 29 de junho de 2019
A ANÁLISE...
Ao que se sabe, Churchill terá afirmado que "a poupança é coisa boa, especialmente se os nossos pais a fizeram por nós". Em 2019, os pais, e alguns filhos, da democracia não vão poder deixar este legado: endividaram o país num valor inimaginável, omitem as verdadeiras causas políticas da dívida e os efeitos perversos na falta de crescimento do país. A corrupção individual não é fator único explicativo deste insucesso coletivo. Foram políticas públicas que o produziram.
As políticas de esquerda, privilegiando a falsa igualdade do desenvolvimento social a qualquer custo, em detrimento da liberdade futura e da crescente tirania fiscal, aprisionaram o nosso futuro. Percebemos parte da falência dos regimes políticos de Itália e Grécia, em face das reconfigurações partidárias extremadas e das lideranças insólitas; mas fingimos que o regime democrático português está saudável. E que disse De Gaulle: "tentei tirar da lama a França,... esta volta aos seus erros..., e afinal não posso impedir os franceses de serem franceses". Depois de três bancarrotas, não podemos impedir os portugueses de voltarem a ser portugueses. Se, nas próximas duas décadas, as taxas de juro se mantiverem constantemente baixas, então os netos, se não repetirem os erros dos avós e pais da democracia, poderão vangloriar-se que Churchill e De Gaulle estavam errados.
Os pais da democracia rejeitam a responsabilidade no abismo para o qual nos empurraram. Aproximam-se de um europeísmo oportunista para redistribuir os problemas, relembrando Jean Monnet: "As nações europeias devem ser guiadas para o super-Estado sem as pessoas se aperceberem disso... apresentemos os sucessivos passos como objetivo económico, mas que irreversivelmente nos levará à federação." E para quê? Para os portugueses não poderem ser impedidos de serem portugueses.
PS: Em 1980, poupámos 14,8% do que produzimos, quando éramos mais pobres; em 2017 apenas 3,7%, quando somos mais ricos. Não há dívida externa que aguente.
Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências diretas e indiretas das políticas para todos os setores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.
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