Opinião
Onde está o Darth Vader?
O infantil e decepcionante "Star Wars", de título "Rogue One", diz-nos muito sobre a política dos dias de hoje: quando falta um misterioso e sinistro Darth Vader o pânico instala-se. E ele nunca costuma ser um bom conselheiro.
As chamadas redes sociais, que se costumam guiar pela lógica dos rebanhos de ovelhas, apressaram-se a comparar o assassinato do embaixador russo na Turquia ao do arquiduque Franz Ferdinand, que foi a justificação para a I Guerra Mundial.
Na Alemanha a desastrada política de Angela Merkel para com os refugiados surge como a próxima vítima do atentado de Berlim. Em Washington, a aterrorizada elite liberal de Obama e Hillary vê russos debaixo de todos os sofás. Vivemos tempos de fúrias intempestivas. E, no entanto, tudo está ligado. A "fobia russa", exacerbada pela escolha de Rex Tillerson para Secretário de Estado de Trump, garante votos. Para os amigos dos Clinton a escolha de Tillerson é uma afronta: recebeu a Ordem da Amizade de Putin. Uma nódoa que, lembre-se, também agraciou o velho estadista de Singapura, Lee Kuan Yew (um guru para os "liberais" mais radicais do Ocidente) e o actor Steven Seagal. Tillerson fez da ExxonMobil um jogador global que actua em todos os tabuleiros: é um grande investidor no México, faz acordos com a Arábia Saudita, com o Qatar e com os curdos. Não se percebe o pânico de Obama e Hillary.
A aproximação entre Rússia e Turquia poderia ser afectada pela morte do embaixador russo. Mas não o será. Apenas colocará Erdogan mais próximo da nova "rota da seda" chinesa, das alianças económicas na Ásia Central e da estratégia russa (e iraniana) para a Síria. E mais longe da UE e da NATO. A história recorda-nos isso: no início do século XX o assassinato de embaixadores sediados no Império Otomano era um hábito, geralmente com o conluio da polícia e exército multi-étnico otomano. O terror está a mudar as alianças e as nossas democracias. Resta agora olhar para lá da cortina de pânico para ver onde está o verdadeiro Darth Vader.
Na Alemanha a desastrada política de Angela Merkel para com os refugiados surge como a próxima vítima do atentado de Berlim. Em Washington, a aterrorizada elite liberal de Obama e Hillary vê russos debaixo de todos os sofás. Vivemos tempos de fúrias intempestivas. E, no entanto, tudo está ligado. A "fobia russa", exacerbada pela escolha de Rex Tillerson para Secretário de Estado de Trump, garante votos. Para os amigos dos Clinton a escolha de Tillerson é uma afronta: recebeu a Ordem da Amizade de Putin. Uma nódoa que, lembre-se, também agraciou o velho estadista de Singapura, Lee Kuan Yew (um guru para os "liberais" mais radicais do Ocidente) e o actor Steven Seagal. Tillerson fez da ExxonMobil um jogador global que actua em todos os tabuleiros: é um grande investidor no México, faz acordos com a Arábia Saudita, com o Qatar e com os curdos. Não se percebe o pânico de Obama e Hillary.
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