Opinião
O Conservatório Nacional da nossa pobreza
Molière, no século XVIII, alertou com humor fulminante para um facto: a crescente hegemonia dos algarismos sobre o discurso político. Desde então esse momento, que servia para pôr as pessoas a rir nas peças de teatro, tornou-se uma realidade.
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A vida actual perpetua o sonho de Molière e, por isso mesmo, na sua arquitectura em que os números fazem o papel de pessoas, a cultura, o valor do tempo, a ética ou a sensibilidade são valores dispensáveis. É por isso que a discussão central na Europa é hoje sobre a austeridade e a dívida e não sobre os desastrosos efeitos pessoais que a obsessão pelos números tornou irrelevante.
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