Opinião
Líbano, o bastião da paz
O Líbano é um país de relativa paz num mundo (o Médio Oriente) de conflitos. Ao lado, a Síria (que, tal como Israel, sempre actuou directamente no Líbano para garantir os seus interesses políticos) está em guerra civil há sete anos.
Há dias, o primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, deu uma entrevista à Euronews, na qual, a propósito desse tema, diz que o fim da guerra não significa muito para o Líbano: "A Rússia controla a Síria. Assim negociamos com os russos", país com que Hariri parece ter uma boa relação. E diz que prefere negociar com Putin do que com Assad, o que é normal. É aquilo que os libaneses estão habituados a fazer: negociar. Hariri diz que resignou no ano passado (numa ainda não totalmente explicada presença em Riade), porque "queria chocar o sistema. Porque acreditava que a governação ia no caminho errado". Sobre o Hezbollah diz que tem "diferenças políticas", mas isso não significa que deixe o país sem funcionar. Muito pragmático, Hariri. Afinal nos últimos sete anos o país teve de contornar todo o campo minado colocado à sua frente por "amigos", inimigos e vizinhos. Não é fácil. Com uma dívida externa de 80 mil milhões de dólares e tendo no seu interior 1,5 milhões de refugiados sírios, o equilíbrio não é fácil. Tenta ser neutral, o que também é complicado, porque o sistema de governo tem de acomodar as comunidades muçulmanas e cristãs. A União Europeia vai auxiliando o Líbano com caixas de dinheiro, porque não quer outro foco de conflito e, sobretudo, não quer mais uma porta aberta para migrantes. Sírios ou outros.
O mapa político e religioso é complexo. Os sunitas (de que faz parte Hariri) recebem apoio financeiro dos sauditas, e assim nutrem um grande ódio aos iranianos que financiam o Hezbollah e os xiitas libaneses. Hariri tem de estar bem com os sauditas, porque também tem nacionalidade saudita e os negócios da sua família vivem da Arábia Saudita e do seu mercado. Muitos lembram o seu "rapto" em Riade, de onde foi resgatado por Emmanuel Macron, que conseguiu que fosse para Paris. Resta dizer que Hariri também tem passaporte francês. Os cristãos libaneses estão divididos, até porque Michel Aoun, o Presidente do país, tem boas relações com Assad e os outros cristãos temem que a Síria volte a ter desejos territoriais sobre o país, como no passado. Os drusos de Walid Jumblatt ainda sonham com o fim de Assad. E os EUA de Trump não percebem nada da complexidade da situação libanesa, deixando isso para os israelitas, que de vez em quando decidem invadir o país do cedro. Não admira a prudência de Hariri.
Síria: a última batalha
Idlib é uma espécie de dinamite. Se explodir toda a região pode transformar-se num inferno. Essa é a convicção em Ancara, enquanto as tropas de Bashar al-Assad (com o apoio iraniano e do Hezbollah) cercam o último bastião "rebelde" na Síria e as forças navais russas fazem exercícios militares no Mediterrâneo, preparando o derradeiro assalto. Será mesmo a última batalha? Nos últimos três anos, Idlib foi o refúgio de todas as milícias islâmicas que tentaram derrubar Assad (e falharam). Os islamitas (de diferentes correntes) viram Donald Trump e os estados do Golfo Pérsico tirar-lhes o tapete e até os célebres "capacetes brancos" ("benfeitores" ou "propagandistas dos islamitas", segundo a óptica) tiveram de se retirar para a Jordânia através de Israel que, lembre-se, nunca bombardeou o Estado Islâmico. No centro do problema está a catástrofe humanitária resultante de semelhante ofensiva. E é isso que teme a Turquia, enquanto a Rússia quer a limpeza de Idlib para acabar com as ameaças as suas bases navais na Síria. Brevemente os Presidentes da Turquia, do Irão e da Rússia vão reunir-se em Teerão, onde poderá sair as bases da fórmula mágica para todos ficarem satisfeitos com o resultado do ataque.
Resta saber se as tropas sírias, unilateralmente, não avançarão, trocando as voltas diplomáticas. Só que Idlib é mais complexa e maior do que qualquer outras das zonas do conflito. Não há certeza do que se pode esperar de uma batalha tremenda. Assad quer recapturar todas as zonas que lhe escaparam ao controle durante longos sete anos de guerra civil. E as feridas estão muito frescas. Idlib, onde vivem 2,5 milhões de pessoas, é também a sede da grande infra-estrutura viária síria, nomeadamente as auto-estradas M4 e M5 que conectam Aleppo, Latakia e Damasco. É vital para a reunificação de Assad. Resta saber o custo humano desta batalha que se adivinha. E o número de refugiados que daí nascerão.
Macau: centro de turismo
A Comissão Conjunta de Trabalhos para Impulsionar a Construção de Macau num Centro Mundial de Turismo e Lazer reuniu-se em Pequim e considerou que o reforço do aprofundamento da cooperação das cidades da região metropolitana da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau, aliada ao seu plano de desenvolvimento, trará benefícios a Macau na construção dum centro mundial de turismo e lazer. O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, assinalou, no encontro, que a transformação de Macau num centro mundial de turismo e lazer visa, além de fomentar o desenvolvimento sustentável da indústria turística do território, impulsionar uma diversificação adequada da economia de Macau. Em Dezembro de 2017, as autoridades do turismo de Macau, Hong Kong e de nove cidades da província de Guangdong fundaram a Federação Turística da Região Metropolitana da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau, com o objectivo de criar em conjunto um destino turístico de nível mundial.
Macau: aumenta PIB
O Produto Interno Bruto (PIB) de Macau registou, no segundo trimestre de 2018, um crescimento homólogo de 6,0% em termos reais. O crescimento do segundo trimestre está ligado à subida estável das exportações de serviços e ao aumento da despesa do consumo privado. O crescimento económico do segundo trimestre foi inferior ao registado no trimestre anterior (+9,2%), sobretudo devido à redução do aumento das exportações de serviços e à diminuição acentuada do investimento. A procura externa, no entanto, manteve-se ascendente, com um acréscimo anual de 13,0% nas exportações de serviços, com destaque para um aumento de 13,7% nas exportações de serviços do jogo e 13,0% nas exportações de outros serviços turísticos, tendo as exportações de bens subido 30,0%. No primeiro semestre de 2018, a economia de Macau registou um crescimento homólogo de 7,6%, em termos reais segundo dados da DSEC
China: satélite brasileiro
O sexto satélite sino-brasileiro de recursos terrestres, o CBERS-4A, vai ser lançado em 2019 da base de Taiyuan, localizada na província chinesa de Shanxi, e destina-se a celebrar o 30.º aniversário da cooperação entre os dois países na área de satélites. A parceria, conhecida como Programa CBERS(sigla em inglês para Programa Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), levou à produção e lançamento de cinco satélites sino-brasileiros de recursos terrestres. O CBERS-4A garantirá imagens para monitorizar o meio ambiente.