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13 de Abril de 2014 às 20:28

Será que existe um Portugal Criativo?

A aposta nas Indústrias Criativas é um passo importante para a renovação das dinâmicas de criação de Valor na Economia Portuguesa. Em tempo de profunda crise internacional, com a maior parte dos sectores de actividade confrontados com a necessidade de encontrar novas soluções, a dinamização deste Projecto é fundamental para o futuro, como aparece vincado no recente estudo sobre "A Cultura e a Criatividade na Internacionalização da Economia Portuguesa".

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As "Indústrias Criativas", como projectos integrados de base regional, acabam por ser um importante teste à capacidade de encontrar novas soluções associadas à Inovação e Conhecimento, criando condições para uma nova aposta para o futuro. Mas será que existe mesmo um Portugal Criativo?

 

Os actores regionais (Municípios, Universidades, Associações Empresariais, entre outros) desempenham um papel central na dinamização de soluções inovadoras para as "Indústrias Criativas" - as regiões têm de reforçar o seu compromisso com a Cultura e Criatividade. Trata-se dum movimento de "aglomeração de base" da sociedade civil, numa lógica de "eficiência colectiva" em que a capacidade regional de afirmar capacidades numa lógica mais global vem ao de cima. Os objectivos estratégicos de potenciar dimensão para o futuro nestes Projectos são claramente um exemplo de exame à capacidade efectiva dos territórios de "agarrarem" o desafio da Competitividade duma forma estruturada e coerente.  

 

O sucesso das Indústrias Criativas é importante para o futuro do país. É um objectivo que não se concretiza meramente por decreto. É fundamental que a sociedade civil agarre de forma convicta este desígnio e faça da criação destas "Novas Plataformas de Competitividade" a verdadeira aposta estratégica colectiva para os próximos anos. O que está verdadeiramente em causa em tudo isto é a assunção por parte do país dum verdadeiro desígnio estratégico de alterar o modelo mais recente de evolução de desenvolvimento e de implementar Novos Projectos de Inovação e Competitividade ao longo do país, fixando dessa forma riqueza e talentos que doutra forma tenderão a concentrar-se unicamente na grande metrópole.

 

Apostar em Projectos Integrados como estes significa assim assumir de forma séria o compromisso dum novo modelo de  desenvolvimento.  Neste contexto, a questão surge então - como deverão ser operacionalizadas as Indústrias Criativas  ao longo do território? São conhecidos nesta matéria várias experiências internacionais, que vão dos EUA ao conhecido modelo italiano, passando pelo modelo de organização consolidado nos últimos anos em Espanha, através das Regiões Autónomas. Não há soluções universais e deve ser atenta nesta matéria a particular especificidade do nosso país e as competências centrais de que dispõe de forma a conseguir apostar numa solução adequada para o futuro.

 

O papel do Investimento Directo Estrangeiro de Inovação, articulado com Universidades e outros Centros de Competência, vai ser decisivo nesta área e ao Estado caberá a inelutável missão de regular com rigor e sentido estratégico. Mas a chave do segredo estará na capacidade local de fazer a diferença. Os Actores Regionais (Municípios, Universidades, Associações Empresariais) terão de saber desenvolver um verdadeiro "pacto estratégico" para o futuro do seu território. E as opções terão de ser claramente assumidas. Por isso, impõe-se que o Portugal Criativo se torne uma realidade um pouco por todo o país.

 

Economista. Membro do Conselho Consultivo da APMP - Associação Multimédia

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