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23 de Agosto de 2013 às 08:40

Meu rico PIB

Está quase a acabar a "silly season", falta a Universidade de Verão do PSD (e Alberto João Jardim de calções em Porto Santo) e depois encerra. Vamos ter saudades.

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Está quase a acabar a "silly season", falta a Universidade de Verão do PSD (e Alberto João Jardim de calções em Porto Santo) e depois encerra. Vamos ter saudades. A seguir vêm lá as autárquicas. Foi uma razoável "silly season". A pré-época prometia muito, com cagarras e machetes, mas acabou por ser uma "soft silly season".


Esta "silly season" fica marcada pelo crescimento do PIB. Depois de dois anos e meio, o PIB quebra um ciclo de recessão, no segundo trimestre, e cresce 1,1%. Um feito e uma capicua, que dizem dar sorte. O PIB português abriu os olhos e cumprimentou Mandela. Temos um PIB que se alimenta do sol. Foi uma notícia que mexeu comigo. Não se falava de outra coisa lá na praia. Fui ao baú buscar a roupa da retoma: vesti a t-shirt da Expo e o pus o boné do Euro 2004. Fiquei mais confiante. O grau de exigência deste governo é enorme: o PIB cresceu 1,1% e mesmo assim despediram o Álvaro. A esta hora, Paulo Portas deve estar a pensar: o Álvaro era, provavelmente, o melhor ministro da Economia do mundo.


Confesso que, para mim, este crescimento do PIB foi uma surpresa. Foi como ver um indivíduo, em greve da fome, engordar. Foi um choque… Nesse momento, senti-me dividido. Se num trimestre, com a austeridade condicionada pelas decisões do TC, tivemos um crescimento de 1,1%, imaginem onde não poderíamos estar se não fosse a Constituição. Se calhar, a austeridade em todo o seu esplendor provoca crescimento. Uma espécie de reacção instintiva de sobrevivência. Vida onde não é suposto haver. A nossa economia é uma rosa de Atacama. Temos que apostar nas empresas-cacto. A austeridade na sua máxima força faz crescer empresas como hera em palacetes. Não é por acaso que a Angela Merkel está gorda.


Tendo em conta tudo o que acabei de expor, quase me sinto tentado em apostar na austeridade. Não fosse a carta do Gaspar, e era uma hipótese que eu punha. Aquela carta não deixa dúvidas. Se um indivíduo que ama a austeridade, mais que a própria vida, diz que não resultou, quem sou eu para duvidar. Sendo assim, e como o nosso PM disse no Pontal: "mais dificuldades do que aquelas que tivemos, com certeza já não vamos ter". Ponho a possibilidade do aumento do PIB poder ser uma espécie de último suspiro: um pico de saúde do moribundo antes de falecer.

 

 

 

 

Top ten
silly season


1. "Forbes: Fortuna de Isabel dos Santos advém do poder do pai"
- Faz falta uma Helena Sacadura Cabral à filha do José Eduardo dos Santos: "O que ela sofreu para fazer 3 mil milhões de fortuna".

 

2. "Judite de Sousa massacra jovem milionário em entrevista"
- O desprezo para com a futilidade do entrevistado era tanto que a Judite nem fez um penteado novo para ir entrevistar o rapaz.

 

3. "PNR vai limpar estátua de Braga ao cónego Melo que foi vandalizada com tinta"
- Um já foi andando e o outro vai lá ter. O PNR vai limpar a estátua do cónego Melo porque está demasiadamente preta.

 

4. "Propaganda política por telefone e e-mail é proibida"
- Acho bem. Recebi SMS do candidato da direita a Lisboa: "No motel às 23, kiss", - uma vergonha.

 

5. "Filme A Gaiola Dourada é o mais visto em Portugal"
- Cuidado com os acidentes de automóvel à saída do filme "A Gaiola Dourada".

 

6. "Tribunal decreta que Ribau Esteves já pode avançar na sua candidatura"

- Agora é tentar fazer um cartaz em que não se vejam as gengivas.

 

7. "Bebé gigante nasce no México. Tem 6,6 quilos"

- Muito viaja o Fernando Mendes.

 

8. "Dona da Zara faleceu"
- Bem diz a minha mãe: "não duram nada".

 

9. "Judite de Sousa separada de Seara"

- Pela primeira vez na vida, Medina Carreira está optimista.

 

10. "Sporting vence Arouca por 5-1"
- Agora percebo a mulher do presidente do Olympiacos
- também já estou apaixonado pelo Leonardo Jardim.

 

 

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