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A transformação digital é uma maratona, não um sprint

Num mundo digital onde qualquer um de nós pode, à partida, trabalhar de qualquer lugar, qualquer empresa necessita de adotar medidas que transformem mentalidades, incentivem a inovação e impulsionem as competências técnicas de toda a equipa.

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Ao longo dos últimos meses, a maneira como vivemos e trabalhamos mudou de forma substancial e, arriscaria a dizer, que mudou para sempre. Em resposta à pandemia covid-19, vimos estratégias de negócios totalmente reescritas e inovações tecnológicas implementadas em apenas semanas, o que anteriormente levaria anos. Temos vindo a observar uma mudança brutal para o digital e sem sinais de desaceleração. No entanto, a economia corre o sério o risco de estar a priorizar os resultados de curto prazo, em vez de um sucesso duradouro e sustentável.

 

De acordo com um estudo recente que a Salesforce efetuou junto de diversos líderes de negócios em toda a Europa, observamos que 82% dos entrevistados afirmam que transformaram digitalmente o seu negócio devido à pandemia. No entanto, quase 60% destes acreditam que essas inovações são apenas temporárias. Este aparente contrassenso existe devido às preocupações relacionadas com a segurança, com o atendimento aos clientes, e com a forma como todos os colaboradores se envolvem e relacionam. Estes fatores tornam-se mais complexos à medida que a economia digital evolui.

 

Não conseguimos saber o que o futuro nos guarda, mas parece-nos claro que a jornada de transformação digital se assemelha mais a uma maratona do que a um sprint. Num mundo digital onde qualquer um de nós pode, à partida, trabalhar de qualquer lugar, qualquer empresa necessita de adotar medidas que transformem mentalidades, incentivem a inovação e impulsionem as competências técnicas de toda a equipa. Até mesmo a função de CEO está a expandir-se ao abranger responsabilidades semelhantes às de um "Chief Digital Officer". O sucesso de uma empresa assentará sempre na garantia de permanecer próxima dos seus clientes, de conseguir partilhar informações de forma segura, e de obter o melhor das suas equipas, mesmo quando estão fisicamente separadas.

 

É certo que pandemia causada pelo novo coronavírus irá continuar evoluir para contornos ainda desconhecidos. Mas a economia digital também evoluirá, ao apresentar novas oportunidades às empresas, para que estas consigam superar qualquer desafio. No início da crise sanitária, logo após a proteção de toda a equipa, o principal foco dos líderes de empresas foi o de estabilizar as suas operações ao terem uma presença online, ao comunicarem de forma eficaz com cada cliente, e ao reorganizarem as equipas para responderem ao necessário. Se olharmos além da fase inicial do desconfinamento e da recuperação da crise, as empresas precisam de se transformar para conseguirem encarar o futuro com confiança.

 

Este caminho de transformação será tão relevante daqui a doze meses como é no dia de hoje. A grande maioria das empresas (87%) afirma que estão perante o enorme desafio de conseguirem elaborar planos para o curto e longo prazo. Além de quererem ganhar novos negócios, as empresas dizem que precisam de bons conselhos para conseguirem enfrentar os desafios de gerir equipas e de manter e elevar a motivação dos colaboradores. Uma coisa é transformar a forma como as empresas aparecem e operam online, mas conduzir os negócios com segurança, alavancar efetivamente os fluxos de receita e investir em resiliência, é outra.

 

Mas por outro lado, as expectativas dos clientes, que também se transformaram durante a pandemia, terão implicações de longo prazo para qualquer empresa, independente do tamanho. Nos últimos meses, muitas pessoas desenvolveram a sua própria jornada de transformação digital, ao adaptarem-se a novas tecnologias para se manterem próximas dos seus familiares e amigos, ou até para resolverem alguns problemas rapidamente. No entanto, embora melhorar a experiência online para os clientes seja uma prioridade para a maioria das empresas, quase metade delas (47%) está preocupada com a perspetiva de os sobrecarregar com a mudança de soluções tecnológicas e de processos.

 

Com o crescimento da procura por serviços online e experiências de consumo mais flexíveis, as empresas não têm outra alternativa se não a de inovar. A dura realidade é que, se as empresas não usarem este momento para se transformarem e atualizarem a forma como fazem negócio - ao mesmo tempo que permitem que os clientes se adaptem a estas mudanças -, vão ficar para trás.

 

Em contraste com a velocidade com que as pessoas se adaptaram a novas realidades, as empresas precisam de dar um passo mais além do que apenas "lidar" com esta crise. Isto é particularmente importante quando falamos da forma como as empresas lidam com os seus colaboradores. Embora 57% dos inquiridos concordem com o facto do trabalho remoto vir a ser permanente nas empresas, 68% afirmam ser um desafio liderar e gerir as equipas dispersas e, 63%, encontra desafios na manutenção da motivação dos colaboradores. Cada um destes desafios acaba por ter efeitos reais e negativos nos padrões de produtividade, colaboração e atendimento ao cliente.

 

Já no que diz respeito a competências, 61% dos líderes de empresas afirmam que, devido à pandemia, vão precisar que os seus colaboradores se atualizem permanentemente com novas competências, mas menos da metade - 49% - identificou que pretende aumentar o investimento em ferramentas digitais. Dado o ritmo de transformação a que as empresas estão sujeitas, é seguro dizer que o futuro do trabalho é agora. Aproveitar a tecnologia e criar uma cultura de aprendizagem ao longo da vida, são posicionamentos essenciais para que as empresas reinventem e transformem totalmente a maneira como redefinem as "skills" dos seus colaboradores - assim como a forma de servir os seus clientes no futuro.

 

Mas a mudança veio para ficar na economia digital. Assim como o covid-19 veio evidenciar as vulnerabilidades das empresas no que diz respeito à sua estratégia digital, uma eventual próxima crise irá expor os negócios que optaram por priorizar os resultados de curto prazo em vez do sucesso de longo prazo.

 

Não estamos num sprint para reconstruirmos o que tínhamos antes, como sociedade, mas estamos a começar uma maratona para inventar uma economia inteiramente nova. Não haverá uma meta para as inovações que aí vêm pois, na jornada de transformação digital, desde a conquista de novos negócios até às novas formas como as empresas irão gerir as equipas, as organizações vão precisar de bons conselhos para cada etapa do caminho.

 

Metodologia do Estudo

 

Neste estudo, a Salesforce efetuou um inquérito a 500 profissionais C-suite e/ou líderes de negócio de grandes empresas (com mais de 250 colaboradores) para determinar:

 

1. As sua perceção quanto ao futuro do trabalho (incluindo o impacto da pandemia no emprego).

 

2. A importância crescente da transformação digital no negócio, numa fase em que as economias europeia e mundial começam a entrar na fase de recuperação pós-covid.

3. Os seus planos de contingência no que respeita ao re-skilling e na garantia de que as suas equipas têm as competências certas no atual clima.

 

Os dados do estudo foram recolhidos através de um questionário quantitativo desenvolvido pela Censuswide nos meses de junho e julho de 2020, com um total de 508 respostas por parte de profissionais C-suite e/ou líderes de negócio. Todos os inquiridos são independentes.

 

Country Manager da Salesforce Portugal

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