Opinião
A Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa subiu para um novo nível
No âmbito do Fórum de Macau, a China permite aos países lusófonos da Ásia e de África isenção de juros de dívidas vencidas de empréstimos no valor de aproximadamente 500 milhões de yuans.
O Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa realizou-se entre os dias 21 e 22 de junho de 2018 em Lisboa. Nesses dias também se realizou a celebração do 15.º aniversário do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau) na mesma cidade.
O ano de 2018 é assinalado pelo 15.º aniversário do estabelecimento do Fórum de Macau, que coincide com o 40.º aniversário da Reforma da China. Na cerimónia de abertura da reunião anual do Fórum Boao para a Ásia 2018 em abril deste ano, o Presidente chinês, Xi Jinping, destacou a reforma política e a abertura económica como um grande passo de desenvolvimento e progresso entre a China e o mundo. Assim, o Fórum de Macau, seguindo o processo de reforma e abertura económica da China e conjugando as exigências históricas comuns do povo chinês e dos Países de Língua Portuguesa (PLP) relativas ao desenvolvimento e cooperação, conseguiu promover a cooperação entre a China e os PLP em diferentes domínios. Com base neste Fórum, Macau tem vindo a tirar proveito das suas vantagens procurando promover a construção da plataforma China-PLP e ao mesmo tempo põe em prática o princípio "um país, dois sistemas".
Durante estes 15 anos, as partes envolvidas no Fórum andaram de mão dadas, superaram dificuldades e aprofundaram, de forma contínua, o âmbito do Fórum de Macau. As trocas comerciais entre a China e os PLP aumentaram 11 vezes e o investimento direto da China nos PLP cresceu 120 vezes quando comparados com o início da criação do Fórum de Macau. Os produtos eletromecânicos de alta qualidade, os equipamentos de engenharia e os artigos de uso diário produzidos na China têm contribuído para o desenvolvimento económico e melhorado a qualidade de vida dos cidadãos dos países lusófonos, enquanto os produtos alimentares típicos dos PLP estão a entrar nas casas das famílias chinesas.
Nestes 15 anos, a ativa participação das partes envolvidas no Fórum de Macau permitiu aprofundar os domínios de cooperação e expandi-los passando de sete domínios em 2003 para cerca de 20, sobretudo, os domínios tradicionais de cooperação intergovernamental, comércio e investimento, turismo, cultura e saúde pública para a cooperação do mar, proteção ambiental, capacidade produtiva, assim como outros domínios emergentes, dando, deste modo, especial enfoque ao intercâmbio e à cooperação. A China estabeleceu diferentes relações de parcerias de cooperação com diversos PLP.
Volvidos 15 anos, o mecanismo do Fórum de Macau tem-se aperfeiçoado e a sua influência é cada vez maior. Com grande atenção e apoio de todos os países participantes, a Conferência Ministerial do Fórum de Macau, que se realiza de três anos em três anos, tem desenhado o rumo de desenvolvimento do Fórum de Macau, a cooperação entre as províncias e cidades tornou-se cada vez mais estreita, ao passo que o mecanismo de cooperação entre as empresas tem melhorado continuamente. Com o intuito de melhor coordenação e promoção na concretização das tarefas definidas, a China criou a Comissão de Acompanhamento das ações do Fórum de Macau, a qual é composta por mais de 30 departamentos. No ano passado, com a entrada oficial de São Tomé e Príncipe no Fórum de Macau, o Fórum passou a contar pela primeira vez com todos os países que têm como língua oficial o português.
Neste período, a China tem cumprido os seus compromissos e as medidas foram implementadas efetivamente. O Governo chinês, por iniciativa própria, anunciou uma série de medidas importantes para impulsionar a cooperação económica e comercial com os PLP e envidou esforços para a sua implementação, o que demonstra plenamente uma atitude responsável da China. No âmbito do Fórum de Macau, a China permite aos países lusófonos da Ásia e de África isenção de juros de dívidas vencidas de empréstimos no valor de aproximadamente 500 milhões de yuans, bem como envia equipas médicas s com mais de 400 profissionais. Simultaneamente, o Governo chinês continua a conceder, de forma gradual, mais de 4.000 bolsas de estudos para os estudantes dos PLP que prosseguem estudos na China no sentido de promover efetivamente a cooperação económica, comercial, educacional e cultural com estes países.
Nestes 15 anos, Macau tem desempenhado plenamente o seu papel, promovendo progressivamente a construção da plataforma entre a China e os PLP, nomeadamente, a Plataforma de Partilha de Informações entre a China e os PLP, o Centro de Serviços Comerciais para as Pequenas e Médias Empresas da China e dos PLP, o Centro de Convenções e Exposições para a Cooperação Económica e Comercial e o Centro de Distribuição dos Produtos Alimentares dos PLP (1 Plataforma e 3 Centros). Todos os exemplos acima mencionados, têm conseguido alcançar progressos contínuos. O Portal para a Cooperação na Área Económica, Comercial e de Recursos Humanos entre a China e os PLP, assim como o Centro de Exposição dos Produtos Alimentares dos PLP geram um efeito sinergético entre os modelos online e offline. A Exposição de Produtos e Serviços dos PLP (Macau) (PLPEX) realizou-se, pela primeira vez, de forma autónoma. Macau apoia ativamente a internacionalização das PMES locais e da China para explorar em conjunto mercados lusófonos. Desde a criação do Centro de Formação do Fórum de Macau, em 2011 até ao momento, foram organizados 38 colóquios, formando cerca de 1.000 candidatos. A Federação Empresarial da China e dos PLP, a Sede do Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os PLP e o Centro de Empreendedorismo para jovens da China e dos PLP estão a contribuir para a dinamização da cooperação empresarial e do intercâmbio juvenil.
Atualmente, as relações sino-portuguesas estão no melhor período da história. As relações económicas e comerciais bilaterais estão maduras e estáveis. O comércio bilateral cresceu de forma constante e o investimento da China em Portugal continua a expandir-se, alargando as áreas de cooperação. A cooperação trilateral tem sucessos notáveis. No futuro, vamos trabalhar em conjunto com todos os setores de Portugal a fim de expandir ainda mais a cooperação bilateral entre a China e Portugal, e promover a cooperação económica e comercial entre a China e os PLP a um novo nível.
O Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau), adiante designado por Fórum de Macau, foi criado em Outubro de 2003, por iniciativa do Governo Central da China e em coordenação com sete Países de Língua Portuguesa, nomeadamente Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e Timor-Leste, e com a colaboração do Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), tendo acolhido, em março de 2017, São Tomé e Príncipe, que se tornou o oitavo país de língua portuguesa participante. O Fórum de Macau é um mecanismo multilateral de cooperação intergovernamental e tem como objetivo a consolidação do intercâmbio económico e comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, utilizando Macau como plataforma de ligação entre os Países Participantes.
Conselheira Económica e Comercial da Embaixada da China em Portugal
Artigo em conformidade com o novo Acordo Ortográfico