Opinião
O bas-fond do regime político português
A classe política falha na análise de quem deve ou não integrar o governo e, para sacudir a água do capote, tenta envolver nesse processo o PR, o Tribunal Constitucional e a PGR.
Os recentes episódios de escândalos envolvendo membros do governo que conduziram a demissões em catadupa mostram até que ponto se está a degradar o regime em Portugal.
Tome-se a manchete do Público que dava conta de démarches do Presidente da República junto da Procuradoria-Geral da República e do Tribunal Constitucional para fazerem parte do processo de escrutínio de futuros governantes. O PR receberia a lista do primeiro-ministro e contactaria as duas instituições para saber de problemas com os nomes. O PR, depois da análise, "recusava ou desaconselhava" os nomes ao primeiro-ministro, segundo o jornal.
Fantástico! A classe política falha na análise de quem deve ou não integrar o governo e, para sacudir a água do capote, tenta envolver nesse processo o PR, o Tribunal Constitucional e a PGR. Ou seja, onde não existe um problema (a não ser o descuido do primeiro-ministro a escolher pessoas) passam a existir dois: envolver dois órgãos que não podem ter nada a ver com o poder executivo e arrastá-los para a arena política. Aqueles que já hoje se atiram ao Tribunal Constitucional e à PGR, acusando-os de permeabilidade política, passariam a ter um excelente argumento para arrastar as instituições pela lama. E não se diga que o processo seria secreto porque todos sabemos que os "segredos" acabam sempre nas manchetes de jornais…
O mais estranho nesta "estória" é saber que o próprio Presidente patrocinou a ideia, aceitando a tese de que não deve ser apenas o primeiro-ministro o único responsável pelas pessoas que escolhe. Ou o PR está desorientado, ou está a fazer tudo (como sempre) para evitar um confronto com António Costa. Lamentável!
Tome-se a manchete do Público que dava conta de démarches do Presidente da República junto da Procuradoria-Geral da República e do Tribunal Constitucional para fazerem parte do processo de escrutínio de futuros governantes. O PR receberia a lista do primeiro-ministro e contactaria as duas instituições para saber de problemas com os nomes. O PR, depois da análise, "recusava ou desaconselhava" os nomes ao primeiro-ministro, segundo o jornal.
O mais estranho nesta "estória" é saber que o próprio Presidente patrocinou a ideia, aceitando a tese de que não deve ser apenas o primeiro-ministro o único responsável pelas pessoas que escolhe. Ou o PR está desorientado, ou está a fazer tudo (como sempre) para evitar um confronto com António Costa. Lamentável!
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