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Supervisores da banca e bolsa querem usar IA para travar fraude online

A “SupTech”, a utilização de novas tecnologias para facilitar e agilizar o exercício da função de supervisão também já está a ser tendência no país. Banco de Portugal e Comissão do Mercado de Valores Mobiliários estão a preparar projetos para monitorizar a publicidade online.

Os supervisores financeiros têm desafios acrescidos associados à digitalização. O mapeamento de grandes quantidades de dados com IA é uma das opções em estudo.
Os supervisores financeiros têm desafios acrescidos associados à digitalização. O mapeamento de grandes quantidades de dados com IA é uma das opções em estudo. Lucas Jackson/Reuters
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Produtos cada vez mais digitais e uma relação com os clientes mais tecnológica. O mundo financeiro está a evoluir rapidamente e os supervisores enfrentam desafios crescentes. Para lhes responder, adotam eles próprios inteligência artificial. Em Portugal, tanto na banca como no mercado de capitais o futuro passa pela monitorização de eventuais fraudes e publicidades enganosas.

“O Banco de Portugal tem vindo a adaptar e a adequar gradualmente as suas ferramentas de supervisão comportamental ao contexto de digitalização dos mercados bancários de retalho”, diz ao Negócios fonte oficial do supervisor liderado por Mário Centeno.

Explica que a transformação digital, que tem mudado a forma como as instituições financeiras se relacionam com os clientes bancários, tem sido acompanhada por uma crescente utilização de soluções tecnológicas inovadoras na supervisão (“SupTech”). Trata-se da incorporação de inteligência artificial (como “machine learning e “deep learning”) que possibilita, por exemplo, fiscalizar minutas de contratos de crédito, responder a pedidos de informação ou classificar reclamações.

“Permitem também o acesso e a recolha sistemática de diferentes tipos e formatos de informação sobre produtos bancários”, nomeadamente nas redes sociais. A avaliação da “veracidade, transparência e completude” da informação e da idoneidade das publicações online é uma vertente que “está atualmente em desenvolvimento, prevendo-se a sua implementação num futuro próximo”.

Se tivermos uma máquina [a monitorizar dados], demoramos muito menos tempo a fazer a supervisão. Susana Pereira Barbosa
Diretora do departamento de informação e tecnologia da CMVM

Tal como o Banco de Portugal, um caminho semelhante está a ser feito pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). “Uma das coisas que estamos a tentar fazer na supervisão de mercados é a validação automática de informação que está disponível em websites. É um piloto que queríamos fazer: recolher de maneira automática a informação que pode estar disponível em websites”, indica Susana Pereira Barbosa, diretora do departamento de informação e tecnologia da CMVM.

A ideia é ganhar capacidade de monitorizar grandes volumes de informação. Não só a publicidade online, mas também por exemplo, transações. “Se tivermos uma máquina a fazer essa atividade, demoramos muito menos tempo a fazer a supervisão. Por outro lado, temos mais capacidade de identificar anomalias e fraudes”, indica.

A CMVM está assim a avançar com um plano estratégico a médio e longo prazo de “SupTech” financiado pelo Instrumento de Assistência Técnica em cooperação com a Direção-Geral do Apoio às Reformas Estruturais da Comissão Europeia.

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