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Portugal perde peso com "desvio" do eixo europeu para Leste

Alargamento da UE é "perfeitamente negativo para Portugal", segundo o embaixador António Martins da Cruz. Deslocação do eixo político e entrada de novos países vai conduzir a uma perda de fundos estruturais e de influência nas decisões comunitárias.
Joana Almeida 22 de Novembro de 2023 às 10:02


Portugal arrisca tornar-se um país ainda mais periférico com o alargamento da União Europeia (UE) a Leste. Quem o diz é o embaixador e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros António Martins da Cruz, que defende que "o alargamento da UE é perfeitamente negativo para Portugal" e que o eixo estratégico, atualmente centrado na Alemanha e França, deverá deslocar-se para Leste, com a Polónia a ganhar destaque.

Esta foi a consideração que António Martins da Cruz levou a debate, na conferência "O Poder de Fazer Acontecer" do Negócios, onde foram discutidos os caminhos da política e as "armas" da diplomacia. O embaixador referiu que, dos 10 países que estão atualmente "a bater à porta da UE" para se juntarem aos atuais 27 Estados-membros, só a Turquia não está garantida que não deverá entrar, depois de ter sido rejeitada pela UE. Porém, considera que tal foi "um erro geoestratégico" e que "explica em parte as posições de Ancara nos últimos tempos".

Se o alargamento se concretizar com os restantes nove países candidatos - e António Martins da Cruz está confiante de que sim, dado que "Paris e Berlim querem" -, a UE passará a ter "20 países que são do centro e do Leste da Europa", o que significa que "Portugal passa a ser um país periférico" e o eixo político franco-alemão desloca-se mais para Leste. Assim, a Espanha deverá deixar de ser a quarta maior potência europeia, passando o lugar para a Polónia.

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