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Catarina Martins invoca António Borges para defender banca pública

Soa estranho ouvir Catarina Martins evocar o nome de António Borges [1949-2013], um economista liberal para defender que "uma fatia maior do sistema financeiro esteja sob controlo público".

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"O António Borges, que é um homem de quem eu não sou suspeita de gostar, explicava isso bem. Podemos ter reguladores, podemos ter cadernos de encargos, podemos ter acordos parassociais, mas nada disso conta porque quem manda é o mercado" e "depois andamos a concluir que os reguladores são todos pitosgas". Portanto, "a única forma de conseguirmos pôr a finança no lugar, ou seja não a deixarmos decidir as nossas vidas, é ter uma presença pública mais forte".


Perante este poder do sistema financeiro que é bom "a fazer 'shows'" e a conseguir que tudo fique na mesma depois de cada crise, porque o mercado manda sempre mais, a porta-voz do Bloco de Esquerda (BE) considera que "há questões complexas sobre a banca com que se tem de lidar, mas não se pode passar ao lado de duas necessidades". E essas são as propostas do BE: "por um lado, a banca ficar naquilo que é a sua área essencial e de que a economia precisa, basicamente emprestar e guardar dinheiro. Por outro lado, consideramos que é preciso haver mais controlo político".


Não chega ao Estado ter um banco público, a Caixa Geral de Depósitos? "A Caixa é propriedade pública mas não tem tido uma gestão de interesse público. Por isso é que falo de controlo público. Porque tem a ver com critérios de interesse público naquilo que fazemos com a banca. A certa altura metemos tanto dinheiro em bancos privados que o Estado poderia ter nacionalizado a banca, mas nunca teve critérios de interesse público na sua gestão. Manteve os interesses anteriores e não combateu uma financeirização da economia", aponta Catarina Martins. 

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