Outros sites Medialivre
Notícia

Rui Roque: “Os estaleiros encontram-se cheios de trabalho”

A escassez de mão de obra com experiência na construção naval em fibra de vidro limita o potencial de crescimento da empresa, defende Rui Roque.

07 de Outubro de 2024 às 14:30
Rui Roque, CEO da Nautiber DR
  • Partilhar artigo
  • ...

"Em 2022 e 2023 as exportações contaram entre 90 a 98% para o volume de negócios, pelo que a exportação é fulcral para a Nautiber", sublinha Rui Roque, CEO da Nautiber, empresa vencedora em 2023, da categoria Exportação + Emprego, nos Prémios Exportação e Internacionalização, uma iniciativa do Novo Banco e do Negócios, em parceria com a Iberinform Portugal.

Rui Roque afirma que os seus maiores concorrentes são os estaleiros turcos e espanhóis, "que conseguem não só preços muito competitivos, assim como presença comercial local nos mercados onde atuamos".

Este gestor considera que o sector da construção naval está numa fase positiva de trabalho. "Existe mais procura do mercado para a construção de novas embarcações do que estruturas capacitadas para dar resposta a toda essa procura, pelo que os estaleiros encontram-se cheios de trabalho". Acrescenta que, "pelo facto de não haver muitas estruturas prontas para dar resposta à procura do mercado, faz com que a concorrência entre as empresas não seja a maior".

Num depoimento para um vídeo sobre os fundos europeus algarvios, Rui Roque sublinhou o papel dos fundos comunitários que haviam sido fundamentais porque grande das construções desenvolvidas "nos estaleiros haviam usufruído de uma forma genérica de fundos comunitários, e, sem essa alavancagem, dificilmente teríamos conseguido angariar esses trabalhos".

Os números e o desafio

Os resultados de 2023, 844,4 mil euros ficaram acima dos de 2022, 132,2 mil euros devido ao elevado volume de entregas de embarcações neste último período. Por sua vez, a faturação caiu de 7,4 milhões de euros em 2022, para 6,9 milhões de euros em 2023. "As perspetivas para 2024 são otimistas, com a previsão de um ano forte, impulsionado pela entrega de quatro embarcações para exportação: duas com destino a Angola e duas para a Noruega, um novo mercado que estamos a explorar", refere Rui Roque.

Um dos principais desafios que a Nautiber enfrenta é comum a diversas empresas em Portugal, nomeadamente as do sector industrial, que é a falta de profissionais qualificados. "A escassez de mão de obra com experiência na construção naval em fibra de vidro limita o potencial de crescimento da empresa", disse Rui Roque. 

Mais notícias