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Fladgate ganha "embalo Vintage" nas vendas

A dona da Taylor's, Croft e Fonseca declarou a colheita de 2016 e o efeito comercial foi imediato, esgotando stocks, num semestre marcado também pelo regresso das exportações à Argentina.

01 de Outubro de 2018 às 12:00
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A declaração da colheita de 2016 como Vintage nas três mais emblemáticas marcas de vinho do Porto pertencentes ao grupo The Fladgate Partnership (TFP) - Taylor's, Fonseca e Croft - "terá impacto em termos de vendas no final deste ano" e até mais reforçado no médio e longo prazo, uma vez que "reforça esta componente [do produto] no segmento 'super premium', associado a um vinho claramente distintivo e de altíssima qualidade".

Ao Negócios, o administrador Luís Sequeira sublinhou que o anúncio feito a 23 de Abril - a tradição da casa manda que seja sempre feito no dia de S. Jorge, santo padroeiro de Inglaterra - é "bastante importante pelo negócio em si, mas também por aquilo que desperta". É que a própria declaração e o lançamento no mercado geram uma "atenção renovada" dos consumidores para este produto. E em particular para o Vintage, que considera uma das maiores, se não a melhor expressão do vinho do Porto.

O Taylor's Vintage 2016 teve uma produção de 74.400 garrafas, o Fonseca de 58.800 e o Croft de 36.600 unidades. São números inferiores ao habitual - "neste ano o problema foi haver pouca quantidade" - e que ajudaram a que "muito rapidamente" o produto esgotasse na empresa e inclusive nalguns mercados. No entanto, por "criar um momento em torno do vinho do Porto", o gestor frisa que os reflexos comerciais deste anúncio se estendem aos Vintage de anos anteriores e conduzem a um reforço qualitativo das próprias marcas.

Reconquista da Argentina
A TFP comercializa anualmente entre 12 a 14 milhões de garrafas de Porto - Krohn e Romariz são as outras marcas no portefólio -, sendo 97% das receitas feitas no estrangeiro, com Reino Unido, EUA e Canadá a valerem cerca de um terço do negócio do vinho: cerca de 70 milhões de euros em 2017. Com vendas em mais de uma centena de mercados externos, o mapa das exportações reconquistou já este ano um destino na América Latina.

Apesar de ser uma operação pequena, Luís Sequeira assinala a reentrada no mercado da Argentina em 2018, proporcionada por uma alteração legislativa. "No passado recente só era possível as empresas argentinas importarem se exportassem igual montante. Ora, como essa limitação terminou, alargámos a presença internacional a esse mercado, onde já tínhamos estado", acrescenta.

Com cerca de 700 trabalhadores permanentes e uma média de 160 temporários, o grupo nortenho detém 12 quintas no Douro, que asseguram 20% a 30% da produção, e compra uvas a 70 lavradores na região. A distribuição (On-Wine e Grossão) e o turismo (hotéis Yeatman, Infante Sagres, Vintage House, e três centros de visita em Gaia) são outras áreas do negócio liderado por Adrian Bridge, que registou uma facturação global de 116 milhões de euros em 2017, mais 14% do que ano anterior.
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