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A Indústria 4.0 vai intensificar a mudança nas madeiras e mobiliário

A União Europeia absorve cerca de 81,5% das exportações de madeira e mobiliário, tendo crescido 62% nos últimos 8 anos, passando 1253 milhões de euros em 2010 para 2030 milhões de euros em 2018.

26 de Novembro de 2019 às 16:45
União Europeia absorve 81,5% das exportações de madeira e mobiliário. Nuno Fonseca
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AIMMP Prémio Sector Estratégico

"A inovação, a tecnologia, o layout, a robotização e a digitalização, o design, a gestão de marcas, a certificação ambiental e de qualidade, a valorização da economia circular, a capacidade de promoção internacional, a qualificação dos recursos humanos e a capacidade para a retenção de talentos são fatores quase indissociáveis para o sucesso das empresas de base industrial deste setor", refere Vítor Poças, presidente da Associação das Industrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP).

Acrescenta que "têm sido estes os motivos pela qual o setor tem vindo a reduzir o número de empresas, a aumentar a dimensão das empresas, a produtividade e as exportações, tanto em quantidade como em valor acrescentado".

Esta associação existe há 62 anos e representa as empresas desde o abate e o corte das árvores na floresta até à sua transformação e comercialização, incluindo uma grande tipologia de indústrias e produtos. Está organizada em cinco divisões subsectoriais como o abate, corte, serração de madeiras e embalagens, os painéis, derivados de madeira e energia de biomassa, a carpintaria e outros produtos de madeira, o mobiliário e afins e a exportação, importação e distribuição de madeiras.

62% de crescimento

Em termos de exportações o subsetor do mobiliário, incluindo a colchoaria e a iluminação, lidera as exportações do setor com um volume de 1,85 mil milhões de euros, seguido das indústrias de primeira transformação, isto é, as serrações que incluem as embalagens e o carvão vegetal com 247 milhões de euros e os painéis com 218 milhões de euros.

A União Europeia absorve cerca de 81,5% das exportações de madeira e mobiliário, tendo crescido 62% nos últimos 8 anos, passando de 1253 milhões de euros em 2010 para 2030 milhões de euros em 2018. Representa hoje cerca de 4,3% das exportações portuguesas, "com um saldo positivo da sua balança comercial na casa dos 650 milhões de euros anuais, sendo que este saldo se deteriorou ligeiramente nos últimos quatro anos", assinala Vítor Poças.

Segundo Vítor Poças, o setor tem um desafio tecnológico pela frente, há muitas empresas ainda muito tradicionais, "apesar de já termos algumas empresas com níveis de automação verdadeiramente espetaculares". Acredita que a Indústria 4.0 vai acontecer no setor, "Falta saber se as nossas empresas terão dinheiro para realizar os investimentos. Hoje nas feiras internacionais "já quase não se vê uma única máquina sem um computador ou sistema de automação nas suas operações", afirma Vítor Poças.

A AIMMP, além do tradicional apoio associativo e da representação institucional junto de várias confederações nacionais e internacionais, tem um papel no Centro de Formação Profissional das Indústrias da Madeira e Mobiliário, ou no apoio à qualificação, à certificação, às exportações e à internacionalização através dos projetos Inter Wood & Furniture, do Associative Design - The best of Portugal, Sector Wood & Furniture, Eco Wood & Furniture. "Estas ações têm como principais objetivos reforçar as capacidades competitivas do setor, a imagem e a notoriedade das empresas e da fileira da madeira e do mobiliário de modo a facilitar as exportações, bem como promover Portugal enquanto país moderno, com um setor industrial que alia a tradição e o saber-fazer à criatividade, qualidade, design, inovação, sustentabilidade e tecnologia avançada", conclui Vítor Poças.




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