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A construção de obras de arte

O mercado de pontes e viadutos tem sido o negócio core para a ConstruGomes, mas esta já participou em edifícios, barragens, como o aproveitamento hidroelétrico, túneis, centrais de tratamento de água, centrais nucleares, centrais de ciclo combinado, terminais de GNL e fazem muros e estruturas correntes e fundações.

20 de Setembro de 2021 às 15:20
Carlos Gomes é presidente da ConstruGomes. A empresa foi considerada em 2020 a melhor PME Exportadora-Serviços. DR
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"A estratégia da ConstruGomes passa pela sua especialização na execução de obras de arte. Os ciclos produtivos destas obras são muito largos. Isto é, desde a tomada de decisão política para a execução de uma obra de arte, passando pela elaboração dos projetos até à sua construção, passam normalmente alguns anos", afirma Carlos Gomes, presidente do conselho de administração da ConstruGomes. Em 2020, esta empresa foi uma das doze vencedoras do Prémio Exportação e Internacionalização, uma iniciativa do Jornal de Negócios e do Novo Banco em parceria com a Iberinform Portugal, tendo sido considerada a melhor PME Exportadora-Serviços.

Em 2019, tinha faturado 30,6 milhões de euros, no ano seguinte, em 2020, marcado pela pandemia de covid-19 que teve um grande impacto na economia, o volume de negócios caiu para 25,5 milhões de euros. Como diz Carlos Gomes, "a ConstruGomes é uma empresa eminentemente internacional. Sentimos naturalmente o impacto da existência de múltiplas abordagens à pandemia. Ora, a defesa da saúde dos nossos colaboradores esteve sempre na primeira linha da nossa estratégia de combate à pandemia. Alteramos procedimentos construtivos, logísticos e tentamos mitigar as consequências ao nível da rendibilidade. Os nossos colaboradores foram estoicos na adoção das melhores práticas de combate à pandemia, e, bem assim, na defesa ConstruGomes".

Mas Carlos Gomes considera que a evolução da sua atividade em 2021 e 2022 está em linha com o previsto, "apresentando uma tendência de crescimento e consolidação em torno dos 30 milhões de euros". Sublinha que grande parte deste montante se refere a valor acrescentado que trazem para Portugal. "A esmagadora maioria dos nossos serviços será prestada no estrangeiro, com destaque para países do centro e Norte da Europa como UK, Bélgica, Alemanha e Dinamarca, bem como em países da América do Sul, como Brasil e Paraguai", disse Carlos Gomes. O gestor e principal acionista da ConstruGomes, com 80% do capital, admite que o preocupa o período pós-pandemia, "mormente as medidas que os diversos governos venham a tomar no sentido de promover o investimento estruturante".

As pontes são o core

"O mercado das obras de arte continuará a ser core para a ConstruGomes, sendo que estamos disponíveis para responder a qualquer solicitação, esteja ela localizada em qualquer parte do globo", diz Carlos Gomes. De facto a empresa faz a construção de grandes obras de infraestrutura, em particular pontes de elevada dimensão, sobretudo na Europa mas com ramificações à América Latina. Já fez obras em 15 países, tais como Alemanha, Brasil, Bélgica, Colômbia, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, Holanda, Irlanda, México, Paraguai, Portugal, Reino Unido (Escócia e Inglaterra), República Dominicana e Turquia.

Se grande parte da sua atividade é de pontes e viadutos, já participaram na construção de edifícios como o Royers Lock, na Bélgica, o Forum Rotterdam, na Holanda, o Centro Comercial Leipziger Platz, na Alemanha, barragens como o aproveitamento Hidroelétrico Ribeiradio-Ermida, o túnel de adução de Gouvães, centrais de tratamento de água como em Bree, na Bélgica, centrais nucleares como Hinkley Point C-Nuclear Project, na Inglaterra, centrais de ciclo combinado na República Dominicana, Alemanha, terminais de GNL e fazem muros e estruturas correntes e fundações.

Como afirma Carlos Gomes, "a ConstruGomes adota uma estratégia de especialização inteligente no mercado onde se insere. Queremos abraçar toda a cadeia de valor deste mercado. Queremos ser a solução para os desafios dos nossos clientes, oferecendo-lhes as soluções mais rendíveis, mais seguras e de melhor qualidade". A empresa tem um pouco mais de 200 pessoas, menos 100 que em 2019, mas continua com uma exportação de serviços da ordem dos 95%.

A empresa tem no Reino Unido um dos seus principais mercados e também um grande reconhecimento. Pelo trabalho na central nuclear de Hinkley foi considerada a melhor empresa estrangeira, porque em mais de 500 mil horas de trabalho na prestação de serviços não registou qualquer acidente, entre um conjunto de cerca de oito mil trabalhadores e 3000 empresas que trabalharam na central de Hinkley. Já em 2019 a ponte Gateaway Mersey, em Inglaterra, venceu o prémio de melhor estrutura do mundo de 2019, atribuído pela International Association for Bridge and Structural Engineering e tinha sido construída pela ConstruGomes.

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