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As exportações são um seguro para a economia portuguesa

As empresas exportadoras portuguesas já mostraram, durante as crises por que atravessaram, que têm uma facilidade em se adaptar às dificuldades e encontrar novos mercados.

21 de Setembro de 2022 às 15:30
Mark Bourke, CEO do Novo Banco, com Paulo Fernandes, presidente da Cofina Media, na apresentação da 12.ª edição do Prémio Exportação & Internacionalização. Bruno Colaço
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Desde 2020 que os tempos têm sido desafiantes para as empresas. Depois de dois anos pandémicos, irrompeu a guerra na Europa com a invasão da Ucrânia pela Rússia, deram-se as disrupções nas cadeias de abastecimento, o disparo dos preços da energia, a falta de mão de obra, o regresso da inflação, e, para culminar, uma ameaça de recessão no próximo ano. "Este não será um ano diferente, mas a economia e as empresas portuguesas já mostraram, até porque as empresas não são de grande dimensão, que têm uma facilidade muito grande em se adaptar e encontrar novos mercados. As exportações estão a ter um bom desempenho", referiu Paulo Fernandes, presidente da Cofina Media, durante a apresentação da 12.ª edição do Prémio Exportação & Internacionalização, uma iniciativa do Jornal de Negócios e do Novo Banco em parceria com a Iberinform Portugal.

Temos apoiado negócios, mas ao mesmo tempo protegendo as empresas exportadoras, e, mesmo nos momentos em que passámos por grandes desafios, continuámos a apoiar a área da exportação. Mark Bourke
CEO do Novo Banco
Em relação às doze edições do Prémio Exportação & Internacionalização, Mark Bourke, CEO do Novo Banco, acredita que tem sido uma parceria de grande sucesso. "É uma área em que nos sentimos em casa. Temos apoiado negócios, mas ao mesmo tempo protegendo as empresas exportadoras, e, mesmo nos momentos em que passámos por grandes desafios, continuámos a apoiar a área da exportação. Penso que temos 20% deste segmento de mercado, o que reflete uma grande diferença porque, em média, costumamos estar entre os 8 e os 12% de quota de mercado."

Por sua vez, Diana Ramos, diretora do Jornal de Negócios, diz que "o Prémio Exportação & Internacionalização é uma das mais antigas iniciativas levadas a cabo pelo Jornal de Negócios, em conjunto com o Novo Banco". E considerou que este prémio "mostra o que está a ser bem feito pelas empresas, que mudaram o seu perfil ao longo dos anos, e têm cada vez mais essa veia de vender ao exterior". "Serão, certamente, uma espécie de seguro para a economia portuguesa num momento em que nos arriscamos a ter uma crise ou uma recessão pela frente", frisa.

A retoma e a recessão

A retoma progressiva da economia nacional e a melhoria da sua competitividade num cenário internacional de pós-pandemia, numa conjuntura internacional desafiante, dependem em muito do incremento da capacidade exportadora e da aposta na internacionalização das empresas portuguesas.

Como assinalou Paulo Fernandes, a grande maioria das empresas em Portugal tem tido capacidade de resposta em relação às crises e às alterações de mercado e de contexto. Mas alertou que hoje "estamos no início de um processo, e, apesar de estarmos relativamente afastados do conflito no Leste da Europa, sentimos a pressão nos combustíveis e pode-se evoluir para uma situação de recessão, porque as taxas de juro estão a subir, existe a inflação". "A preocupação maior é com o futuro."

As empresas portuguesas já mostraram que têm uma facilidade muito grande em se adaptar e encontrar novos mercados.
Paulo Fernandes
Presidente da Cofina Media
As empresas exportadoras portuguesas continuam a enfrentar condições desafiadoras, como os elevados preços de "commodities" e energia, escassez de mão de obra, entre outras. Mas mesmo nestas condições de incerteza, as exportações portuguesas de bens e serviços apresentam um desempenho muito positivo no primeiro semestre de 2022 com as exportações portuguesas de bens e serviços a atingirem os 56.293 milhões de euros, um crescimento de 38,1% em relação ao mesmo período de 2021.

"Há um ano frisávamos, no lançamento de mais uma edição, que seria um ano desafiante, depois de uma travagem brusca na economia motivada pela pandemia", salientou Diana Ramos. Agora, acrescentou, "com uma nova crise ao virar da esquina e com os crescentes riscos de uma recessão global, percebemos ainda com maior clareza a importância de termos empresas sólidas, inovadoras e com forte capacidade de exportação". "São, tendencialmente, empresas mais preparadas para responder a choques e, nesse sentido, mais resistentes às dificuldades que possam surgir. E é natural que um prémio como este destaque os melhores exemplos de trabalho na área da exportação e internacionalização."

Os prémios e o júri A iniciativa visa premiar e promover o sucesso das empresas nacionais na exportação e internacionalização da sua atividade. As empresas podem apresentar a sua candidatura até 7 de outubro de 2022.
Estes prémios são destinados a PME e Grandes Empresas e têm duas componentes: Prémios Exportação, que distinguem as empresas com melhor performance exportadora; Prémios Internacionalização, que premeiam os casos de sucesso na internacionalização.

Nos Prémios Internacionalização, as empresas podem apresentar a sua candidatura através do site https://premiosexportacaoeinternacionalizacao.negocios.pt até 7 de outubro de 2022, a que se acrescentam as nomeações feitas pelas partes envolvidas na organização, como o júri, a Iberinform e o Novo Banco. Nos Prémios Exportação, os vencedores resultam de um processo de análise de indicadores compósitos baseados em indicadores económico-financeiros, recolhidos e tratados pela Iberinform com base nos IES entregues pelas empresas e respeitantes a 2021.

O júri do Prémio Exportação & Internacionalização é constituído por Alberto Castro, professor da Universidade Católica do Porto, Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição, e Luís Palha da Silva, presidente da Pharol SGPS.

A apoteose desta 12.ª edição do Prémio Exportação & Internacionalização será a cerimónia de entrega de prémios, a 27 de outubro de 2022.
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