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Será vital as empresas portuguesas continuarem a inovar e a crescer

Apenas 10% das empresas portuguesas exportam, e, quando se olha de perto, “50% das exportações portuguesas estão concentradas em 10% de empresas exportadoras”, observou Mark Bourke.

03 de Novembro de 2022 às 14:30
Mark Bourke, CEO do Novo Banco Bruno Ribeiro
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"As empresas portuguesas têm mostrado, historicamente, resiliência face às consideráveis mudanças, mesmo recentemente, durante a covid-19, reagiram rapidamente, reorganizando a produção, a distribuição, encontrando novos fornecedores e, em muitos casos, reinventando-se totalmente", afirmou Mark Bourke, CEO do Novo Banco.

Sublinhou que a recuperação da economia portuguesa da pandemia foi sobretudo suportada pelo papel das empresas exportadoras. Mas as mudanças rápidas de contexto, como os mais recentes aumentos dos preços das mercadorias e da energia, a falta de bens intermédios, a desregulação nas cadeias de abastecimento, a escassez de mão de obra e um crescimento geral da incerteza, exigem uma resposta constante das empresas.

Com a economia global prevista para enfrentar ventos contrários no futuro próximo, a capacidade das empresas portuguesas de continuarem a ajustar-se, a inovar e a crescer será vital. Mark Bourke
CEO do Novo Banco
A pandemia e o atual contexto geopolítico trouxeram uma aceleração de mudanças em vários mercados fundamentais. Os exportadores terão de se adaptar a diferentes modelos de globalização, para além das questões da energia e das exigências dos clientes, fornecedores e trabalhadores.

Mas nestes tempos de mudança, as empresas portuguesas exportadoras de bens e serviços têm tido um bom desempenho. Em termos reais as exportações cresceram 4,7% no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre. Cresceram 23% quando se compara o primeiro semestre com o homólogo de 2021. "Em termos anuais é expectável um crescimento de 18% em 2022", considerou Mark Bourke.

Não deixou de sublinhar a performance do turismo, com a recuperação da atividade acima dos níveis pré-covid-19, as exportações de serviços e o papel de vários setores industriais, os produtos metálicos e o material de transporte, produtos químicos e produtos agrícolas e agroalimentares entre outros, para a exportação de bens. "Com a economia global prevista para enfrentar ventos contrários no futuro próximo, a capacidade das empresas portuguesas de continuarem a ajustar-se, a inovar e a crescer será vital", assinalou Mark Bourke.

Mais dimensão exportadora

Numa análise com base nos números da Iberinform, Mark Bourke salientou que a base de empresas exportadoras continua a crescer, "o que é positivo", mas apenas 10% das empresas portuguesas exportam, e, quando se olha de perto, "50% das exportações portuguesas estão concentradas em 10% de empresas exportadoras", observou Mark Bourke. "Temos de fazer um esforço considerável para aumentar. Um outro número relevante que emerge de imediato de uma análise dos números é a necessidade de aumentar o número de mercados de exportação. Se se examina o número de companhias que têm mais de cinco mercados de exportação observa-se que o seu volume de negócios é aproximadamente o dobro das que têm menos de cinco mercados."

O CEO do Novo Banco professou o princípio de que está no ADN do banco o apoio ao setor exportador. "A nossa proximidade com as empresas portuguesas é visível na nossa quota de mercado de trade finance que é de 19,8%. E somos reconhecidos internacionalmente nesta área. Por quatro anos consecutivos, fomos premiados como o melhor provedor de financiamento comercial em Portugal pela Global Finance", revelou Mark Bourke. Sugeriu que o banco tem equipas de especialistas e gestores dedicados e financiamentos e produtos ajustados para suportar cada fase do ciclo de negócio da empresa. Têm "as ferramentas, o conhecimento necessário para ajudar os nossos clientes a superar os desafios do presente e os desafios do futuro", acentuou Mark Bourke.

Foi ainda afirmado o empenho do Novo Banco na transformação numa economia de baixo carbono, que "assumiu voluntariamente importantes compromissos de sustentabilidade e ESG, desde o apoio a investimentos verdes até à redução de nossa própria pegada de carbono e a promoção da igualdade de género. Estes compromissos vão para além das obrigações legais. E são o impacto positivo que pretendemos ter, que pretendemos ter junto dos nossos ‘stakeholders’ e dos nossos clientes, especialmente nos mercados internacionais de exportação", concluiu Mark Bourke.
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