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Gonçalo Lobo Xavier: “É preciso criar condições estruturais para as empresas exportadoras”

Os apoios podem ser importantes mas devem ser sempre temporários, seletivos e destinados a setores específicos, defende Luís Palha da Silva.

Filipe S. Fernandes 25 de Setembro de 2023 às 14:30
Luís Guerreiro
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As políticas públicas de incentivo às exportações podem ser úteis, mas Luís Palha da Silva, presidente do Conselho de Administração e Administrador Delegado da Pharol SGPS e júri dos Prémios Exportação e Internacionalização, defende que "os apoios podem ser bem-vindos mas devem ser temporários, seletivos e destinados a setores específicos, nomeadamente que sofram efeitos de concorrência desleal por parte de concorrentes internacionais ou que enfrentem custos artificialmente desajustados da sua atividade".

As políticas públicas devem focar-se na anulação do Guardar e Fechar s chamados custos de contexto. Luís Palha da Silva
Presidente do Conselho de Administração e Administrador Delegado da Pharol, SGPS
"As políticas públicas devem sobretudo focar-se na anulação dos chamados custos de contexto", refere Luís Palha da Silva. Argumenta com o exemplo das empresas premiadas ao longo do tempo pelos prémios exportação e internacionalização e que "não parecem necessitar de apoios diretos do Estado nem de qualquer tipo de subsidiação, preferindo a neutralidade do Estado e a criação de condições de competitividade externa da economia, como políticas fiscais, energéticas e de condições para o bom funcionamento dos mercados - laborais, justiça, anti-‘trust’, etc.".

Condições estruturais

Para Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da APED e júri dos Prémios Exportação e Internacionalização, "mais do que políticas públicas de incentivo, Portugal precisa de ter condições de mercado para exportar mais e ser competitivo. De que valem apoios casuísticos e intermitentes se as condições das empresas em Portugal são muito piores do que as nossas concorrentes?".

Na opinião de Gonçalo Lobo Xavier as empresas em Portugal deparam-se com uma "carga fiscal inusitada e excessiva nas suas diferentes dimensões; falo de um mercado laboral rígido e pouco motivado", com "burocracia associada e excessiva e custos de contexto que tardam em melhorar, como sejam a relativa falta de competitividade dos portos ou os preços de energia que melhoraram mas continuam a ter um enorme peso na conta de exploração das empresas".

Em forma de conclusão final, "mais do que campanhas ou apoios públicos, é preciso criar condições estruturais para as empresas exportadoras serem mais competitivas e serem, sobretudo, mais empresas a exportar", resume Gonçalo Lobo Xavier.
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