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Se é dos que perde tempo a analisar os rótulos das garrafas, há motivo para preocupação: já 50 países em cinco continentes ouviram falar destes vinhos e estão a abrir estas garrafas para brindar aos bons momentos.
Quem os leva além-fronteiras, entre outras marcas, é o maior produtor de vinho de Lisboa, a Casa Santos Lima - um negócio familiar que ganhou outra vitalidade na década de 1990, quando a neta e o bisneto do fundador assumiram a gestão desta empresa com origens no final do século XIX, plantando mais vinha e modernizando a estrutura produtiva.
Em 2015, foi distinguida, na área de Exportação dos Prémios Exportação e Internacionalização - uma iniciativa conjunta do Negócios e do Novo Banco - com a categoria de Sector Estratégico. Porquê este prémio? Basta olha para os números para compreender parte da justificação.
Dos 25 milhões de euros que a Casa Santos Lima factura anualmente, segundo os dados de 2016, 90% vêm já da exportação. Suécia, Estados Unidos da América, Bélgica, Canadá, Finlândia, China, Noruega, Reino Unido, Alemanha ou Brasil são apenas alguns dos exemplos mais relevantes apontados pela empresa, entre a meia centena para onde já exporta vinho.
"Visto que já estamos presentes nos mercados mais tradicionais, queremos também agora explorar mercados com menos tradição no consumo de vinho. Aliás, nos últimos anos começámos a vender vinhos para países como Índia, Indonésia, Ucrânia ou Bielorrússia", conta Salvador Stilwell, porta-voz deste produtor vinícola.
O Prémio Exportação e Internacionalização não mudou a estratégia quanto aos mercados externos mas funcionou como uma "honra" e um "incentivo" para fazer mais e melhor.
"Vários dos nossos parceiros já conhecem o nosso fulgor comercial e ficam, claro, agradados em ter um parceiro que é reconhecido pela imprensa especializada no seu país", acrescenta o responsável. Em Portugal, o prémio serviu também para "aumentar a notoriedade" junto do tecido empresarial com que a Casa Santos Lima trabalha.
Em Março de 2016, já depois da distinção do Negócios e do Novo Banco, o presidente do conselho de administração da Casa Santos Lima, José Luís Santos Lima Oliveira da Silva, explicava que a forte componente exportadora se devia à "relação qualidade-preço e ao design criativo" dos produtos. "Parte integrante da atitude e filosofia da empresa", acrescentava então.
São aspectos para manter na aproximação aos mercados externos por parte desta empresa que produz e comercializa vinhos de cinco regiões do país - Lisboa, Douro, Vinhos Verdes, Alentejo e Algarve - com mais de 400 hectares. Para tal, a estratégia está bem definida.
"Estar presente nos diferentes mercados é essencial. Ir a diversas feiras e provas de vinhos, conhecer pessoalmente o cliente, criar uma relação. As visitas sistemáticas a mercados externos fazem com que se ganhe conhecimento e experiência, que serão essenciais para uma correcta abordagem e definição de estratégia nestes mercados", resume Salvador Stilwell.
Por isso mesmo, há motivos para brindar. Seja com Bons Ventos, Lab, Quinta das Setencostas ou Cigarra. O difícil é escolher.
Um percurso de prémios
Além do Prémio Exportação e Internacionalização em 2015 como Sector Estratégico, a Casa Santos Lima tem tido um percurso marcado por diversos prémios, dentro e fora de fronteiras. No ano passado, a empresa foi distinguida com o Prémio Nacional de Agricultura, que destaca casos de sucesso no referido sector. A esta distinção veio também em 2016, do estrangeiro, outra da World Association of Writers and Journalists of Wine and Spirits (WAWJWS). A associação de imprensa especializada em vinho destacou a Casa Santos Lima, com sede em Alenquer, como a terceira melhor empresa de vinho do mundo. Para chegar aos vencedores, a WAWJWS faz um balanço dos prémios conquistados pelos produtores ao longo do ano anterior em vários concursos internacionais. No caso da Casa Santos Lima, essas medalhas ultrapassam já a fasquia de uma centena por ano. A intenção é de que continuem a aumentar com a aposta crescente no mercado externo.