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A estratégia de futuro passa pela aliança chinesa

Hoje, no maior grupo de construção português há um equilíbrio entre a família Mota, com 40%, e o sócio estratégico, a China Communications Construction Company (CCCC), com 32,41%.

12 de Outubro de 2021 às 17:30
Parceria chinesa é um “game changer” para a Mota
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Em 10 de maio de 2021, a Mota-Engil recebeu um sócio estratégico, a China Communications Construction Company (CCCC), que adquiriu 23% da empresa à holding da família Mota, que encaixou mais de 169 milhões de euros. Em junho de 2021, a China Communications Construction Company, através da Epoch Capital, anunciou o aumento da participação qualificada de 23,16% para 32,41% do capital da Mota-Engil, ficando a família Mota com 40% através da FM - Sociedade de Controlo.

A quarta maior construtora do mundo, a CCCC, é controlada a 59% pelo China Communications Construction Group, grupo estatal, está sob a supervisão da State-owned and Assets Supervision and Administration of the State Council (SASAC), uma comissão especial sob a tutela do Estado chinês.

Esta alteração de grande calado na estrutura acionista da Mota-Engil vai influenciar o próximo Plano Estratégico que será apresentado no quarto trimestre de 2021. Como considerou Gonçalo Moura Martins, CEO do Grupo Mota-Engil, será um "compromisso do Grupo Mota-Engil até 2026 para seguir uma estratégia de desenvolvimento sustentável, ambicioso como tem de ser na componente de visão empresarial mas complementado com o rigor e o critério de uma estratégia financeira que acreditamos convictamente que terá um resultado muito positivo para a organização, num plano que apresentaremos em simultâneo a todos os stakeholders numa política de comunicação transparente como sempre tivemos para com o mercado".

Mais de 200 empresas

O grupo constituído por mais de 200 empresas está presente em áreas de negócio como a Engenharia e Construção, o Ambiente e Serviços, em que se destaca a EGF, atuando através de 11 Sistemas Multimunicipais de Tratamento e Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos, as Concessões de Transportes, a Energia, a Mineração e o Turismo. Tem atualmente presença em 25 países, repartidos por três áreas geográficas: Europa, África e América Latina. "Somos africanos em África, ibero-americanos na América Latina, europeus na Europa, mas somos Mota-Engil em todo o mundo" diz António Mota, chairman da Mota-Engil.

O grupo tem origem na Mota & Companhia criada em 1946 por Manuel Mota e mais dois sócios tendo como foco o negócio das madeiras em Angola, mas dois anos depois já participava numa obra pública, a pista do aeroporto de Luanda. Com a guerra civil em Angola, que se seguiu à independência, Manuel António Mota apercebeu-se de que tinha de lançar a empresa em Portugal, o que fez em 1976, e ganhou o concurso para uma barragem no Alandroal e de uns lanços de estradas.

Já com a liderança da empresa nas mãos do filho, António Mota, acolitado pelas três irmãs, Manuela, Teresa e Paula, a 23 de julho de 1999, lançaram uma Oferta Pública de Aquisição, sobre a totalidade do capital da Engil SGPS de que resultou, já no decorrer de 2000, a constituição do Grupo Mota-Engil.

Hoje a terceira geração, formada por dez netos de Manuel António Mota já tem membros no board da holding Mota-Engil. Carlos Mota dos Santos, filho de Manuela Vasconcelos Mota dos Santos, é licenciado em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, tem um MBA pela Universidade do Porto, e é vice-presidente da comissão executiva da Mota-Engil. Manuel António Vasconcelos da Mota, filho de António Mota, tem o mestrado em Engenharia Civil pela University College of London, foi executivo do grupo na Polónia, é membro da comissão executiva da Mota-Engil e CEO da Mota-Engil África e da Mota-Engil Europa.
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