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A materialização da inovação

Dos conceitos à prática, a inovação materializa-se de várias formas, feitios e em múltiplas áreas. A melhor forma de promover e incentivar as organizações é através de bons exemplos, como os fornecidos pelos quatro especialistas que participaram nesta talk.

Susana Marvão 08 de Março de 2024 às 15:30
Pedro Catarino
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No desporto, uma disciplina movida por paixão e alimentada pela emoção, a inovação materializa-se de várias formas, feitios e em múltiplas áreas, nomeadamente no desporto, uma disciplina movida por paixão e alimentada pela emoção. Com a profissionalização de algumas modalidades, como é o caso notório do futebol, as equipas, os técnicos e todos os profissionais envolvidos necessitam de informações, baseadas em dados, para que, também aqui como nas empresas, as tomadas de decisão sejam as mais assertivas. A Claranet abraçou um projeto com a Federação Portuguesa de Futebol, na área de dados e inteligência artificial, que permite ao selecionador ter um maior conhecimento sobre os jogadores. "Conseguimos tirar insights de um núcleo de jogadores e perceber quais são os mais eficientes no passe, no remate, no jogo de equipa, nas distâncias ou movimentações". Basicamente, foi criado um sistema de apoio à decisão baseado em inteligência artificial que acrescenta valor ao intelecto de um selecionador ou de uma equipa técnica", explicou Alexandre Ruas, executive director da Claranet Portugal, na talk "A inovação nos negócios", um debate integrado no Prémio Nacional de Inovação, uma iniciativa do Jornal de Negócios, do BPI e da Claranet, que conta com o patrocínio da Galp, a Agência Nacional de Inovação e a COTEC Portugal como parceiros institucionais, e a Nova SBE como knowledge partner.

Inovar em ecossistema

O BPI considera-se particularmente ativo na inovação em ecossistemas, seja através do próprio Prémio Nacional de Inovação ou de parcerias com a Fintech House, com a Fábrica de Unicórnios, assim como com startups e fintechs "com as quais já temos projetos a decorrer", exemplificou Teresa Sousa, manager do Centro de Excelência para Inovação e Novos Negócios do BPI. Paralelamente, a instituição bancária tem ainda projetos com outras empresas, mais ao nível do produto. "No ano passado, com o BPI Expresso Imobiliário, trabalhámos no sentido de lançar novas funcionalidades, trazer novas ‘features’ que não existem nos nossos concorrentes. Desenvolvemos ainda um portal de parceiros para os intermediários de crédito no qual conseguem centralizar todos os processos de crédito a habitação que têm com o banco numa única plataforma". Outros exemplos fornecidos pela executiva foram o lançamento do BPI VR, um novo canal de comunicação com os clientes, ou um jogo na plataforma Roblox para o segmento mais jovem.

Um amplo campo de atuação

Colaborar em parceira, em cocriação, é o ‘moto’ da Galp. Uma colaboração feita com três pontos-chave, explicou Joana Larsen, Innovation Lead da Galp. A primeira centra-se na colaboração com a academia, sendo que, atualmente, a energética trabalha com mais de 100 universidades e centros de investigação, maioritariamente em Portugal e no Brasil. Um exemplo prático é o protocolo assinado com a Universidade Nova para criar a primeira comunidade interdisciplinar daquela instituição académica. "Ou seja, a Galp, em colaboração com docentes, estudantes, investigadores de várias faculdades, está a investigar e desenvolver ações nas áreas das energias limpas e verdes para serem implementadas". Outro exemplo é a colaboração com as startups, que Joana Larsen classifica de "fulcral" nos projetos. "Nos últimos dois anos, tivemos mais de 55 projetos ‘ongoing’ com diferentes startups das mais variadas áreas de atuação, desde a massificação de pontos de carregamento elétrico até baterias de segunda vida, agrivoltaicos ou captura de carbono. O setor energético é muito variado e temos sempre muitos inputs diferentes que podemos recolher e muita aprendizagem a fazer".

Academia terá sempre um papel fundamental

Qualquer história de ecossistema de inovação bem-sucedida tem de implicar o envolvimento da academia, disse Alisson Avila, head of Innovation na Nova SBE Innovation Ecosystem, até pela necessidade de superar o desafio de fazer a transferência da investigação fundamental em modelos de negócio, em produto, em patentes e aplicabilidade. "A investigação teórica vai, e deve, ter sempre um lugar fundamental, mas a possibilidade de transferência é o que completa a engrenagem". Alisson Avila detalhou que o ecossistema da Nova SBE trabalha com mais de 20 organizações diferentes, desde a SIBS ao Pingo Doce, passando pelo Active Bank, Banco Primus, Sumol Compal ou grupo ACA. "Todos estão a trabalhar connosco em desenvolvimento de projetos a partir de um portfólio de inovação".
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