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"Temos de disseminar as oportunidades e, ao mesmo tempo, ir suportando [as empresas] de forma eficaz com os recursos fundamentais à internacionalização. Através de 'business intelligence', financiamento adequado - e temos instrumentos para poder alavancar o processo inicial de promoção e de presença -, apoio no mercado e uma boa capacitação empresarial. Não podemos continuar a desperdiçar uma parte substantiva da energia que consumimos, com resultados muito baixos", resumiu o secretário de Estado da Internacionalização.
Num discurso feito durante a cerimónia de entrega dos prémios FLAD.EY BUZZ USA, o governante apontou que o nível de eficácia das políticas públicas e das parcerias público-privadas para promover o processo exportador tem logo "uma perda contínua anual" pelo facto de muitas das empresas apoiadas não permanecerem no lote das exportadoras, que há uma década se mantém estável entre as 21 e 22 mil empresas. De acordo com os números apresentados, o nível de renovação anual do sector exportador é de 25%, ou seja, todos os anos há 5 a 6 mil empresas a entrar… e a sair desta lista.
"Este aspecto cumulativo entre a muita perda anual de tecido exportador e o baixo nível de diversificação de mercados - metade exporta apenas para um país, tipicamente Espanha ou Angola -, faz com que as exportadoras recorrentes e com estabilidade no processo não ultrapassem as 10 a 12 mil. E 60% das exportações portuguesas estão concentradas em menos de 200 empresas", completou Brilhante Dias.
Lembrando que o peso das exportações no PIB já ultrapassa os 40% e que, num mercado doméstico de pouco mais dez milhões de consumidores, a internacionalização é um "eixo fundamental e tem de estar no centro das políticas públicas e também da actividade empresarial", o secretário de Estado mostrou-se satisfeito por ser "hoje consensual que a internacionalização da economia portuguesa é, independentemente do governo [em funções], um elemento central e estruturante". E é por isso que, insistiu, é preciso "alocar melhor os recursos" e "ser muito mais eficaz a suportar o processo de internacionalização".
"Ofensiva" nos EUA em Junho de 2018
Junho de 2018 vai ser "o mês de Portugal nos Estados Unidos da América", numa iniciativa que envolverá o Governo, a Presidência da República e várias estruturas de apoio às comunidades emigrantes do outro lado do Atlântico, indo muito além das celebrações do Dia de Portugal. "Procuraremos fazer deste um mês de forte ofensiva comercial, diplomática, de investimento e cultural nos EUA. Precisamos de aproveitar este bom momento para reforçar a imagem do país, que produz bens e serviços de qualidade e com grande adesão nos mercados fortemente exigentes", disse ao Negócios o secretário de Estado da Internacionalização, para quem "o 'made in Portugal' hoje acrescenta valor, mas é preciso aproveitar esta oportunidade". Eurico Brilhante Dias destacou que Portugal "continua a ser um muito modesto fornecedor da economia americana" e que, apesar de ter aumentado 50% nos últimos seis anos, o número de exportadoras portuguesas para os EUA ainda ascende apenas a três mil empresas. "É pouco. Significa que muitas empresas portuguesas que sabem exportar ainda não vendem para o mercado americano, que é um dos mais sofisticados e tem oportunidades alargadas em muitos sectores", completou o governante.