No passado, o novo ciclo dos processos de reestruturação da dívida era suportado por um acesso facilitado ao crédito. Hoje o paradigma mudou pois o acesso das PME ao financiamento tem diminuído, a recapitalização exigida à banca nacional reduziu o crédito disponível e o financiamento externo só está disponível para grandes empresas e start-ups promissoras.

No entanto, como assinala Cláudia Rocha têm sido dados passos na recapitalização das empresas com os Fundos Revitalizar, que ficaram disponíveis para reforço do investimento privado. No entanto, "ainda terá sido pouco em quantidade e em exigências, destacando a necessidade de se fazer um 'balanço' e se entender o que correu bem e menos bem, no sentido de construir mais e melhores formas de dotar as empresas, que no actual contexto depressivo, necessitam de se capitalizar e revitalizar, desafiando o poder político na criação de grupos de trabalho que apoiem nesse balanço", resume a partner da PwC.
António Gomes Mota, professor no ISCTE, sublinha que para as PME a bolsa não é alternativa e que é difícil criar veículos alternativos para as financiar. O caminho passa por " business angels" e "private equities". Também Cláudia Rocha vê nos fundos de "private equity" o "mecanismo de dotar os nossas empresas de recursos financeiros que possam suportar o seu crescimento". Refere ainda que "os fundos de 'private equity' são uma solução para os problemas de liquidez das PME, no reactivar do negócio e no seu crescimento. Dinamizando as 'private equities' estaremos a dinamizar as PME, devendo ser exigido às mesmas que introduzam gestão profissionalizada nas empresas. Os fundos de 'private equity' sectoriais seriam outra medida interessante, no sentido de aportar 'know-how' e poderem apoiar a consolidação de empresas, tornando-as mais competitivas".