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"A PwC tem vindo a apadrinhar estes prémios nos últimos sete anos, achamos que o devemos fazer porque as empresas e os empresários são o motor da economia e do desenvolvimento social do nosso país", referiu José Manuel Bernardo, líder da PwC Portugal, que desde 2013 é parceira do Negócios na organização do Prémio Excellens Oeconomia.
Sublinhou que em Portugal e no mundo se está num momento de viragem em termos de tecnologia. "Estamos a passar para a indústria 4.0" e para a consolidação e emergência de um novo paradigma tecnológico, social e económico.
José Manuel Bernardo alertou para o facto de se voltar a ter de contar com as empresas e os empresários "para contribuírem para a reciclagem do nosso tecido empresarial, para novamente se fazer a formação e a requalificação das pessoas e dos recursos que temos no país para responder as estes novos desafios".
Dia de aniversário
A entrega dos prémios da 7ª edição fez-se no mesmo dia em que o Negócios comemorou o 16º aniversário de passagem a diário, o que deu um cunho especial a esta celebração, como referiu André Veríssimo, diretor do Negócios. Em comum tanto o prémio como o jornal têm o propósito de "puxar pela economia portuguesa, distinguindo e dando visibilidade às melhores práticas e à excelência".
A economia tem vindo a crescer a um ritmo mais robusto, o que nos permitiu voltar a convergir com a Zona Euro, "mas sabemos que os desafios que temos pela frente obrigam a que o país consiga ter um dinamismo que não teve nas décadas mais recentes. Temos de dar contributos para ajudar Portugal a crescer. E esse é também um dos objetivos desta iniciativa", sublinhou André Veríssimo.
Prémio Excellens Oeconomia
Os membros do júri
Alberto Castro, economista e professor da Católica Porto Business School.
Ana Pinho, presidente da Fundação de Serralves.
André Veríssimo, diretor do Jornal de Negócios.
António Gomes Mota, professor catedrático no ISCTE Business School.
António Brochado Correia, sócio da PwC e futuro presidente da PwC Portugal.
António Lobo Xavier, advogado na Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados.
António Saraiva, presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal.
António Vitorino, diretor-geral da OIM – Organização Internacional para as Migrações.
Emílio Rui Vilar, administrador não executivo da Fundação Gulbenkian.
Fátima Barros, professora associada da Católica Lisbon Business & Economics.
José Manuel Fernandes, presidente do Conselho de aAdministração da Frezite.
Luís Amado, consultor e presidente do Conselho Superior da EDP e presidente do Conselho de Faculdade da Nova SBE.
Luís Marques Mendes, advogado e consultor na Abreu Advogados.
Madalena Cascais Tomé, CEO da SIBS.
Miguel Setas, presidente da EDP Energias do Brasil.
Pedro Rebelo de Sousa, sócio da SRS Advogados.
Ricardo Reis, economista e professor na London School of Economics.
As pessoas são a vantagem competitiva
"Queria dizer que temos consciência do risco e dos constrangimentos que temos de enfrentar", salientou Pedro Siza Vieira. As taxas de juros estão economicamente baixas, o que beneficia uma economia que continua muito endividada, "mas em nome do futuro é necessária a redução do endividamento público e privado". Existem os desafios do crescimento da produtividade, da gestão correta do afluxo de financiamento ao tecido empresarial e um grande esforço de requalificação e inovação.
"Temos um pano de fundo que não podemos ignorar, com os desafios da automação e do digital, e com o grande desafio demográfico que o nosso país enfrenta, o que nos coloca um constrangimento em termos de disponibilidade de recursos humanos, e, finalmente, com os desafios da transição energética e da economia circular que estão claramente assumidos pela União Europeia e que se nos vão impor a todos", referiu Pedro Siza Vieira.
"A grande vantagem que o nosso país apresenta no panorama internacional é a qualidade das pessoas. É isso que ouço de todos os empresários estrangeiros e investidores internacionais. É a qualidade das pessoas, a sua criatividade, a sua dedicação, o seu brio, a sua lealdade às organizações, que são o principal fator distintivo de Portugal como destino de investimento", salientou Pedro Siza Vieira.
Os frutos de políticas públicas
O ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, sublinhou a grande oportunidade para as empresas portuguesas do encurtamento das cadeias de valor globais.
"A grande questão é saber se estes três anos de convergência são uma exceção num século XXI que foi de estagnação e até de afastamento da média da União Europeia, ou se, pelo contrário, são a primeira etapa de um período mais prolongado de convergência com a Europa", afirmou Pedro Siza Vieira, ministro Adjunto e da Economia, durante a cerimónia de entrega do Prémio Excellens Oeconomia, que se realizou no Ritz Four Seasons, em Lisboa, no passado dia 29 de Maio.
Sublinhou que a convergência da economia portuguesa com a União Europeia, pelo terceiro ano consecutivo não se limitou ao crescimento económico mas houve criação de emprego, e "um ciclo de diversificação significativa da atividade económica".
Economia exportadora
Pedro Siza Vieira considerou que Portugal tem hoje uma economia mais exportadora, com grande capacidade de concorrência internacional, mesmo a nível de substituição de importações. Frisou que este modelo de desenvolvimento já poderia ter sido "antecipado há mais de uma década", e que se baseia na "ideia de que a competitividade externa de Portugal se faz pela aposta nas qualificações, na inovação, e na capacidade de introduzir valor nos produtos e nos processos pelos quais nos afirmamos internacionalmente".
O ministro da Economia explicou que "o segredo do crescimento da economia" tem sido "a capacidade de empresas muito orientadas para os mercados externos, ou para os setores do mercado interno que estão mais expostos à concorrência internacional, terem conseguido apresentar produtos mais valorizados pelos clientes do que aqueles que são oferecidos pelos clientes externos".
Pedro Siza Vieira acentuou que este bom momento da economia portuguesa resulta também de políticas públicas, lançadas por governos durante as décadas anteriores, como a aposta nas qualificações dos portugueses, a valorização do nosso sistema científico e tecnológico e a sua afirmação interna e externa. Mas também "a modernização das nossas empresas e o crescimento na cadeia de valor de muitas empresas em vários setores são políticas que vêm de há muito tempo e agora estamos a recolher os frutos desse investimento coletivo de que nos temos de orgulhar".
Cadeias de valor
O ministro da Economia sente-se "benignamente otimista" em relação ao futuro. As transformações da economia e do tecido empresarial resultaram em empresas "que estão mais capitalizadas, uma economia que está a crescer, ao mesmo tempo que reduz o endividamento das famílias, das empresas e do Estado. Empresas que estão mais expostas à competição e à concorrência internacional dão-nos motivos para estarmos confiantes nas nossas capacidades numa economia mais moderna e mais globalizada".
"Há fatores externos que nos favorecem". Mas não é a conjuntura económica favorável, é a mudança estrutural "dos padrões internacionais da economia que levam ao encurtamento das cadeias de valor". Esta alteração favorece Portugal, que se caracteriza "por um modelo de especialização produtiva assente na grande flexibilidade, capacidade de resposta com qualidade e a baixo custo, e na grande criatividade das nossas empresas e dos nossos empresários, seguramente, bem posicionados para beneficiar dessa alteração do paradigma da economia global", afirmou Pedro Siza Vieira.