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O que vai acontecer ao petróleo e matérias-primas?

2015 foi um ano de perdas para o petróleo e para a generalidade das matérias-primas, a reflectir o excesso de produção e a menor procura. E a recuperação dos preços pode chegar apenas no final do próximo ano.

Vera Ramalhete veraramalhete@negocios.pt 30 de Dezembro de 2015 às 12:30
Bloomberg
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O ano de 2015 ficou marcado pelo colapso das matérias-primas. O excesso de produção, associado ao abrandamento das perspectivas para a procura, penalizou não apenas o petróleo, como os metais e as restantes matérias-primas. 2016 deverá ser mais um ano de desafios. A recuperação deverá ocorrer só mais perto do final do ano e em algumas matérias-primas, antecipam os analistas.

O reequilíbrio dos mercados é o principal factor a influenciar os preços das matérias-primas. Para este ano, vai ser determinante o impacto dos preços baixos no corte da produção, bem como a evolução da economia chinesa. E a valorização do dólar também irá pesar nas cotações. O Goldman Sachs mantém-se pessimista, considerando que serão necessários "preços mais baixos, durante mais tempo" até reequilibrar o mercado. Já o Citigroup prevê que os preços poderão iniciar uma recuperação no final do próximo ano, mas esta só será mais sólida em 2017.

Para o petróleo, o reequilíbrio do mercado já começou, diz o Société Générale. E irá continuar, "não havendo necessidade de os preços caírem mais", considera o banco, por oposição ao que defendem os analistas do Goldman. Ainda assim, os preços deverão permanecer relativamente baixos, longe dos 100 dólares que marcaram o ano de 2014. O Société Générale prevê uma média de 56 dólares por barril para o West Texas Intermediate (WTI) e de 60 dólares para o Brent, em 2016. Actualmente, está a transaccionar em torno dos 35 dólares.

Já os metais preciosos deverão continuar sem brilho. O ouro, que perdeu algum do seu estatuto de refúgio este ano, deverá recuar abaixo dos 1.000 dólares por onça, prevê o Société Générale. E é para os metais industriais que os analistas estão mais optimistas - mas apenas moderadamente. O cobre e o zinco destacam-se, com a perspectiva de um défice na oferta no próximo ano, contrastando com o mercado petrolífero.

Para as matérias-primas agrícolas, as previsões são pessimistas. "Só deveremos assistir a subidas acentuadas dos preços no caso de eventos improváveis, como um impacto maior do que o esperado do El Niño, intervenções políticas ou uma mudança nas tendências das divisas", frisa o Commerzbank. Neste cenário penalizador, o açúcar e o cacau destacam-se com maiores perspectivas de valorização, devido à redução da oferta.
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