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Floresta volta aos anos 80 e cria mais riqueza

A silvicultura está a crescer desde 2008. No entanto, em 2014 tinha um peso de menos de 0,6% na economia nacional. O papel e o cartão são, de longe, a maior exportação da floresta nacional.

14 de Julho de 2016 às 12:17
Miguel Baltazar/Negócios
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A produção da silvicultura nacional voltou a entrar numa trajectória de crescimento desde a crise financeira internacional. De cerca de 600 milhões de euros em 2008, o sector aumentou o seu valor acrescentado bruto (VAB) para quase 810 milhões. Não muito longe do máximo histórico de 837 milhões de euros observado em 1986. Entre esses dois momentos, o VAB deste ramo de actividade passou por altos e baixos, chegando a contribuir com apenas 493 milhões para a economia portuguesa.

Apesar do progresso conseguido nos últimos oito anos, a silvicultura ainda dá um contributo muito limitado para a economia portuguesa. Em 2014, o seu valor acrescentado bruto representava menos de 0,6% do VAB total nacional (valores a preços correntes).

Uma parte importante da produção nacional de silvicultura está concentrada na cortiça. Segundo os dados do INE, em meados dos anos 80, o sector representava cerca de um terço da produção, tendo engordado até um máximo histórico de 52% em 1996. Desde esse ano, tem caído sucessivamente até aos 26% observados em 2014.

Os dados do emprego mostram também que depois de um período fulgurante entre 1987 e 1991, a silvicultura entrou numa trajectória de contracção, até uma ligeira recuperação em 2013 e 2014. Empregava nesse ano 12 mil pessoas.

A principal exportação nacional de produtos vindos da floresta é, de longe, o papel e o cartão. Em 2015, foram quase 1,8 mil milhões de euros. Mais do dobro do segundo classificado, que são os produtos à base de cortiça (850 milhões). Papel e pasta de papel, assim como o mobiliário de madeira também têm algum destaque (635 e 630 milhões, respectivamente).

Estes dados reflectem também as árvores que ocupam mais hectares na floresta nacional. Previsivelmente, três espécies dominam o nosso território: o pinheiro, o eucalipto e o sobreiro. Cada uma destas três cobre mais de 700 mil hectares. Embora muito se fale sobre o aumento do eucaliptal no país, os hectares ocupados pela espécie em Portugal continental não aumentaram muito entre 1995 e 2010. Nesse período, passaram de 675 para 760 mil hectares. O que se verifica é uma contracção do território ocupado pelo pinheiro, que diminuiu de 1.060 para 797 mil hectares. No total, a floresta portuguesa passou de 3.233 mil hectares para 2.986.

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