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Portugal como laboratório para conceitos "techie"

O gosto dos portugueses por novas tecnologias, conjugado com a geografia e a demografia portuguesa, pode levar o País a tornar-se num laboratório para os novos conceitos tecnológicos. Mas é necessária atenção às políticas fiscais para apoiar o crescimento.

15 de Abril de 2015 às 09:47
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Helena Garrido, directora do Negócios, moderou o debate do primeiro painel constituído por António Vidigal, Isabel Vaz, Bruno Padinha e Rui Paiva.

 


Uma população com dez milhões de habitantes, onde as tecnologias são apreciadas pode ser o local ideal para criar um "laboratório". António Vidigal, da EDP Inovação, e um dos membros do primeiro painel desta conferência, defendeu que "a próxima revolução industrial terá muito a ver com a conjugação do IT [tecnologias de informação] e energia", o que pode representar uma "oportunidade imensa para o País". "Há uma mudança de paradigma e a visão que tenho é a de uma plataforma para testar estes novos conceitos. Portugal tem a dimensão ideal para isso, os portugueses adoram tecnologias e 'gadgets'. [Por isso, pode ser] um laboratório fantástico para a Europa testar novos produtos nestas áreas" afirmou tendo, no entanto, acrescentado que "o País se devia posicionar (…) como a plataforma ideal para testar estes novos conceitos".


Também Isabel Vaz, da Luz Saúde, presente no mesmo painel, partilha desta visão, destacando que "temos a dimensão ideal para isso". Ainda assim, apontou a necessidade de uma política fiscal estável. "É preciso que este País tenha visão. Hoje, temos capacidade de formar miúdos brilhantes que estão por esse mundo fora e que podem ajudar as empresas portuguesas. Somos um País simpático, onde não há guerras, onde as empresas se podem instalar de forma bastante tranquila. Falta política fiscal" que dê estabilidade, alertou, no entanto, Isabel Vaz.


Ainda com a fiscalidade como tema de fundo, Rui Paiva, da WeDo Technologies, sustentou que as empresas que criam emprego deveriam ter um IRC mais baixo. O líder da tecnológica explicou que além da importância que tem a geração de postos de trabalho, a transacção "para fora de coisas criadas cá é o que gera o valor que [nos] permite crescer enquanto País". Deveria "haver uma política que proteja quem cresce e cria emprego" acrescentou.


Mudança de mentalidade
Um outro factor identificado durante este painel foi uma mudança de mentalidade em Portugal. "Acho que há uma mudança completa de mentalidade. Considero que com tantas iniciativas [na área da inovação nomeadamente por parte da EDP] há uma mudança de mentalidade, que agora começa a dar frutos", atira António Vidigal.


Por sua vez, Isabel Vaz sustentou que "inovação é diferente de criação" e que nas empresas nacionais a inovação "tem de ter liderança, o que significa que os líderes não têm de ter medo de ter empregados com ideias inovadoras". "Não basta pensar só em inovação, mas é preciso pensar também em inovar na mentalidade" da gestão das companhias, acrescentou.


Além de uma mudança da forma de pensar é também necessário que em Portugal exista mais disciplina na execução dos processos, defendeu Bruno Padinha, da EY.

 

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