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Marinha Grande: A terra dos quatro elementos

Já lá vão quase três séculos de vidro e ele permanece uma mais-valia neste concelho industrial e voltado para o exterior. Mas o metal, o plástico e os moldes ganham cada vez mais terreno.

Rute Barbedo 27 de Dezembro de 2018 às 17:00
David Cabral Santos
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A Marinha Grande passou pelos anos de crise praticamente sempre a subir nas exportações (apenas entre 2008 e 2009 se registou uma ligeira quebra, de 339 milhões para 310 milhões de euros), de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

No topo dos produtos mais vendidos para o mercado internacional estão o plástico (quase 80 milhões de euros), a categoria que contempla o vidro e cerâmicas (perto de 95 milhões), os metais (que andam nos 98 milhões) e a classe das máquinas, aparelhos, material eléctrico e suas partes (que soma quase 215 milhões). Bate certo com o que se afirma pelas ruas deste concelho industrial: aqui dominam o vidro, o plástico e os moldes (conta-se que qualquer automóvel tem pelo menos uma peça cujo molde teve origem no município marinhense).

Entre as 1.294 empresas que a Informa D&B contabilizou no município (dados de 2017), 21% são exportadoras, sendo que este movimento comercial para o exterior ocupa 63% do volume de negócios de todo o tecido com os olhos postos fora do país. Numa análise mais microscópica, há um líder incontestável a sobressair nesta dinâmica: a fábrica de vidro de embalagem Santos Barosa, que quase chegou aos 133 milhões de euros de vendas e exportou perto de 108 milhões em bens em 2017, precisamente o ano em que foi comprada pelos bascos da Vidrala, pela quantia de 250 milhões de euros.

Olhando para a lista das dez maiores empresas do concelho (identificadas pela Informa D&B pelo critério do volume de negócios), além do vidro de embalagem (também com a Gallovidro) e de mesa (Crisal), corroboram os números do INE as actividades na metalurgia e metalomecânica (Metalmarinha e Bollinghaus Steel), do plástico (com a Bourbon, a Iberoalpla e a Indupla) e dos moldes (Setsa). No plano internacional, o volume está concentrado nas dez maiores exportadoras, que foram responsáveis por 58,6% das vendas de bens do concelho para o mercado externo em 2017, o mais forte em exportações, com 596 milhões de euros.


Nota: A elaboração do "ranking" resulta da metodologia de análise da Informa D&B. A informação é baseada no balanço e demonstração de resultados individual e respectivos anexos financeiros publicados e existentes na base de dados Informa D&B, excluindo-se o sector financeiro e a Administração Pública, assim como as entidades sem empregados e as empresas offshores. Foram excluídas as empresas que não publicaram ou disponibilizaram a informação necessária. São apenas consideradas as empresas que se encontram activas.

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