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Adélia Faria ainda se lembra de quando "só havia uma prensa neste pavilhão" da Promol. Nesta fábrica, na zona industrial das Caldas da Rainha, produzem-se velas. Setenta milhões por ano.
Nas mãos de Adélia, há 33 anos na Promol, passam velas brancas simples. Coloca-as com cuidado em caixas com inscrições suecas. Não será de estranhar que algumas acabem a iluminar as árvores do próximo Natal naquele país do Norte da Europa.
"Estas velinhas pequenas... era tudo feito manualmente", conta. Ainda hoje mantêm esse lado mais artesanal através de uma técnica chamada de "dipping". A tradução da palavra inglesa resume como é feito esse trabalho: o pavio vai sendo mergulhado na cera líquida. Sempre que é retirado, e secando com o ar, vai-se criando uma camada.
O processo repete-se até que a vela esteja com a grossura pretendida. De resto, das cerca de nove mil toneladas de velas produzidas por ano na Promol, quase nenhuma tem intervenção humana até à fase de embalagem do produto.
Podia resumir-se o catálogo desta empresa em quatro grupos. Há as velas cilíndricas, que se aguentam sem suporte. Depois as velas de presença conhecidas como "tealight", redondas e pequenas. Seguem-se as velas dentro de copos de vidro. A lista acaba com as velas de mesa, aquelas que precisam de um suporte.
"Diversas cores, acabamentos, perfumes, de acordo com as tendências de mercado. Temos é de inovar, fazer sempre algo diferente este ano do que fizemos o ano passado", assegura o administrador Paulo Roque.
A linha de produção é montada de acordo com a "necessidade", introduzindo-se módulos para dar banhos de cor ou perfume. Ventoinhas, posicionadas por cima dos tapetes, sopram para que as velas não colem entre si ou aos plásticos que as envolvem.
Negócio sazonal
O calendário marca o final de Fevereiro. Das 12 linhas de produção da Promol, metade não está em funcionamento. "A nossa actividade é sazonal. O período forte do ano vai da Páscoa até Outubro", explica Paulo Roque.
A grande maioria da produção segue para o Norte da Europa - 70% para a Alemanha e 15% para a Escandinávia. Aí, a vela é procurada sobretudo no Outono e Inverno.
"Numa actividade de redução de ‘stocks’, em teoria, devíamos produzir apenas seis a oito meses por ano. Obviamente que não se consegue fazer uma coisa dessas. Mas temos um período forte e um período fraco do ano", sintetiza.
Com 139 trabalhadores - número que pode duplicar nos picos de produção -, os destinos da Promol cruzam-se com o grupo sueco a que pertence, o ALG Holding AB. Isto depois de, ao longo de quatro décadas, ter passado por mãos portuguesas, alemãs e norte-americana.
Qualidade e rapidez
Dezenas de velas queimam ao mesmo tempo. Fazem lembrar um variado oratório. Trata-se do controlo de qualidade da Promol. Alheio às preces dos trabalhadores, sobretudo mulheres na casa dos 50, que envergam a mesma bata de xadrez azul.
"É um mercado bastante competitivo" e cumprir todas as regras torna-se parte importante do caminho para fidelizar clientes como a Ikea. Através da ASP-Holmblad, também do grupo, estas velas chegam também à corte dinamarquesa.
"No Norte da Europa, o cliente valoriza a presença da vela como uma fonte de luz. A fragância e a forma são um bocado indiferentes. A atitude está na sustentabilidade dos materiais que constituem a vela", explica o administrador. A sul do Velho Continente, a forma e o cheiro são os aspectos mais tidos em conta.
Na segunda maior exportadora das Caldas da Rainha, com um volume de negócios acima dos 15 milhões de euros, a posição geográfica é uma vantagem. Pela logística, com a proximidade à rede de auto-estradas e ao Porto de Lisboa. Pela proximidade à matéria-prima: a parafina é um derivado da refinação do petróleo, com lugar em Sines e Matosinhos.
Tudo a um ritmo cada vez mais rápido. Que o digam as 20 mil velas "tealights" que passam por hora nos tapetes desta fábrica.
Nas mãos de Adélia, há 33 anos na Promol, passam velas brancas simples. Coloca-as com cuidado em caixas com inscrições suecas. Não será de estranhar que algumas acabem a iluminar as árvores do próximo Natal naquele país do Norte da Europa.
"Estas velinhas pequenas... era tudo feito manualmente", conta. Ainda hoje mantêm esse lado mais artesanal através de uma técnica chamada de "dipping". A tradução da palavra inglesa resume como é feito esse trabalho: o pavio vai sendo mergulhado na cera líquida. Sempre que é retirado, e secando com o ar, vai-se criando uma camada.
O processo repete-se até que a vela esteja com a grossura pretendida. De resto, das cerca de nove mil toneladas de velas produzidas por ano na Promol, quase nenhuma tem intervenção humana até à fase de embalagem do produto.
Podia resumir-se o catálogo desta empresa em quatro grupos. Há as velas cilíndricas, que se aguentam sem suporte. Depois as velas de presença conhecidas como "tealight", redondas e pequenas. Seguem-se as velas dentro de copos de vidro. A lista acaba com as velas de mesa, aquelas que precisam de um suporte.
"Diversas cores, acabamentos, perfumes, de acordo com as tendências de mercado. Temos é de inovar, fazer sempre algo diferente este ano do que fizemos o ano passado", assegura o administrador Paulo Roque.
A linha de produção é montada de acordo com a "necessidade", introduzindo-se módulos para dar banhos de cor ou perfume. Ventoinhas, posicionadas por cima dos tapetes, sopram para que as velas não colem entre si ou aos plásticos que as envolvem.
Negócio sazonal
O calendário marca o final de Fevereiro. Das 12 linhas de produção da Promol, metade não está em funcionamento. "A nossa actividade é sazonal. O período forte do ano vai da Páscoa até Outubro", explica Paulo Roque.
A grande maioria da produção segue para o Norte da Europa - 70% para a Alemanha e 15% para a Escandinávia. Aí, a vela é procurada sobretudo no Outono e Inverno.
"Numa actividade de redução de ‘stocks’, em teoria, devíamos produzir apenas seis a oito meses por ano. Obviamente que não se consegue fazer uma coisa dessas. Mas temos um período forte e um período fraco do ano", sintetiza.
Com 139 trabalhadores - número que pode duplicar nos picos de produção -, os destinos da Promol cruzam-se com o grupo sueco a que pertence, o ALG Holding AB. Isto depois de, ao longo de quatro décadas, ter passado por mãos portuguesas, alemãs e norte-americana.
Qualidade e rapidez
Dezenas de velas queimam ao mesmo tempo. Fazem lembrar um variado oratório. Trata-se do controlo de qualidade da Promol. Alheio às preces dos trabalhadores, sobretudo mulheres na casa dos 50, que envergam a mesma bata de xadrez azul.
"É um mercado bastante competitivo" e cumprir todas as regras torna-se parte importante do caminho para fidelizar clientes como a Ikea. Através da ASP-Holmblad, também do grupo, estas velas chegam também à corte dinamarquesa.
"No Norte da Europa, o cliente valoriza a presença da vela como uma fonte de luz. A fragância e a forma são um bocado indiferentes. A atitude está na sustentabilidade dos materiais que constituem a vela", explica o administrador. A sul do Velho Continente, a forma e o cheiro são os aspectos mais tidos em conta.
Na segunda maior exportadora das Caldas da Rainha, com um volume de negócios acima dos 15 milhões de euros, a posição geográfica é uma vantagem. Pela logística, com a proximidade à rede de auto-estradas e ao Porto de Lisboa. Pela proximidade à matéria-prima: a parafina é um derivado da refinação do petróleo, com lugar em Sines e Matosinhos.
Tudo a um ritmo cada vez mais rápido. Que o digam as 20 mil velas "tealights" que passam por hora nos tapetes desta fábrica.
No Norte da Europa, o cliente valoriza a presença da vela como uma fonte de luz. A fragância e a forma são um bocado indiferentes. paulo roque
Administrador da Promol
Administrador da Promol