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Câmara das Caldas da Rainha: "Não há qualquer problema" em aumentar a dívida

Satisfeito com a transição feita face ao anterior executivo, Fernando Tinta Ferreira realça a aposta na política de maior proximidade. Recandidato, duvida da descentralização.

07 de Março de 2017 às 09:01
Pedro Elias
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No primeiro mandato que se seguiu aos 27 anos de liderança de Fernando Costa, o presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha centrou esforços na resolução dos pequenos problemas e numa política de maior proximidade.

Foi difícil suceder a um "dinossauro" autárquico como Fernando Costa?

Foi um grande desafio. O doutor Fernando Costa é uma personalidade da política portuguesa e da política autárquica em particular. Uma pessoa com grande carisma e não é fácil suceder a alguém com essas características. Mas confesso que, no meu estilo, faço um balanço positivo da forma como fizemos essa transição.

Ter sido o número dois do anterior edil ajudou?

Sim, pelo facto de eu já ter experiência autárquica e conhecer bem os dossiês. E também por ter uma noção das necessidades da população e da forma como deveríamos evoluir em função do trabalho que tinha sido feito. Isso contribuiu para uma transição bem feita.

O que mudou essencialmente?

Uma forma diferente de termos uma certa proximidade com os cidadãos. Uma abertura diferente. Uma política de maior proximidade em relação às pequenas coisas.

"A nossa base resulta da água e da cerâmica. É essa a nossa génese." fernando tinta ferreira, PRESIDENTE DA Câmara das Caldas da Rainha

Menos grandes obras?

Ainda tivemos de fazer obras de grande dimensão neste mandato. Dar continuidade aos projectos que estavam em curso, fazer algumas obras com dificuldade de execução. No entanto, reconheço que as principais infra-estruturas, desportivas, culturais, sociais e de comunicações, estão executadas.

O que destaca dessas pequenas coisas?

Tínhamos vandalismo muito grande ao nível dos grafítis. Tivemos uma política de combate muito proactiva ao que se chama grafítis.

O seu grande projecto passa pelo Hospital Termal?

Sim, é decisivo para as Caldas. As Caldas nascem do Hospital Termal, quando a Rainha D. Leonor mandou edificar o Hospital. Antes disso não havia Caldas da Rainha.

É a identidade da cidade que está em causa?

E não só. Também a riqueza do concelho. As características socioeconómicas das Caldas da Rainha resultantes de ter nascido à volta do Hospital Termal. Se somos uma cidade predominantemente de comércio e serviços, isso resulta de, ao instalar-se o Hospital, se começarem a instalar serviços para prestar apoio a quem vinha frequentá-lo. E ao contrário de outras termas, estas estão no coração da cidade. O que mexe com o comércio local.

 

Pode permitir que a cidade não tenha apenas o chamado turismo de passagem?

Sim e portanto é um tipo de turismo mais interessante do ponto de vista económico.

Caldas Rainha não é apenas cavacas e cerâmica?

A nossa base resulta da água e da cerâmica. Essa é a nossa génese. Hoje as Caldas da Rainha são identificadas como cidade e concelho de água e de artes. À volta disso temos um conjunto de actividades. Uma agricultura de pequena produção mas de muita qualidade, que enche os mercados de fruta no país e que exporta.

No final de 2015 a dívida total do município era de 7,8 milhões de euros. Em 2016 a dívida continuou a cair?

Ficou abaixo dos 5 milhões de euros. Não existe a intenção de reduzir significativamente esta dívida. Está muito abaixo da nossa capacidade de endividamento. Nós vamos amortizando, mas se for necessário aumentá-la para determinados tipos de investimentos não há qualquer problema.

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O recandidato

Integra o executivo do município caldense desde 1998, tendo assumido a liderança da Câmara Municipal das Caldas da Rainha ainda em 2013, a poucos meses das eleições autárquicas e numa altura em que o seu antecessor preparava a corrida à autarquia de Loures. Fernando Tinta Ferreira venceu as eleições locais de 2013 e é já o candidato confirmado do PSD para o acto eleitoral deste ano. Tinta Ferreira tem 49 anos, é casado e tem dois filhos. É licenciado em Direito pela Universidade Autónoma de Lisboa (UAL) e gosta de futebol, sendo adepto assumido do Sporting Clube de Portugal.

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