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Notícia

Oposição nas Caldas da Rainha quer captação de investimento

O PS e o CDS defendem que é preciso procurar investimento estruturante para assegurar a sustentabilidade de um concelho que assenta muito no comércio.

07 de Março de 2017 às 09:30
Pedro Elias
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Se há crítica partilhada pelos principais partidos da oposição ao trabalho desenvolvido pelo actual executivo camarário das Caldas da Rainha é em relação à incapacidade da autarquia para captar investimento para o concelho.

Luís Patacho, candidato do PS a presidente da câmara das Caldas da Rainha nas eleições locais deste ano, considera que "o desafio de uma autarquia dita de nova geração é o apoio à competitividade da economia local". Este advogado critica que a principal zona industrial não tenha condições para atrair e acolher "investimentos estruturantes" e lamenta a inoperância do programa municipal de incentivos ao investimento.

Na mesma linha, o vereador do CDS e provável candidato centrista nas autárquicas previstas para Outubro próximo, Rui Gonçalves, sustenta que "é preciso a câmara ir à procura de investimento", um trabalho "que não tem sido feito", diz. Reconhecendo as Caldas da Rainha como uma cidade predominantemente de comércio e serviços, Rui Gonçalves defende que "o comércio não é uma âncora, precisa de ser ancorado". E recorda que "o comércio era ancorado por indústrias, principalmente pelo termalismo, pelo Hospital Termal que fechou e que anda há 20 anos a abrir e a fechar".

Numa crítica mais genérica, Luís Patacho identifica dois problemas principais do actual executivo, a "inércia e laxismo" e uma "falta de planeamento gritante". No fundo, Patacho lamenta a falta de renovação de uma câmara dominada "há mais de 30 anos consecutivos por maiorias do PSD". É também por isso que aceitou "o desafio" de se candidatar, para tentar "transformar uma câmara dos anos 1980 numa de nova geração".

Tanto o PS como o CDS preconizam uma aposta nas mais-valias endógenas do concelho, desde logo a água, o termalismo e a agricultura, bem como um reforço da intermunicipalidade através de acções e políticas coordenadas com as autarquias limítrofes.

Ainda assim ambos os candidatos reconhecem que, excepção feita ao parque industrial e à degradação de algumas vias de comunicação, o concelho já dispõe das infra-estruturas necessárias, com Patacho a admitir mesmo que o actual presidente incutiu uma política de maior proximidade.

propostas

Investir na indústria e na agricultura

A oposição ao executivo camarário promete captar investimento e fomentar o sector industrial e da agricultura e mundo rural.  
Investimento

O PS quer que seja criado um "clima de atractividade, quer económico quer social, a começar pela requalificação das zonas industriais. Já o CDS propõe a criação de um gabinete na dependência directa do presidente da câmara que dê resposta rápida. Os centristas propõem ainda que o executivo passe a integrar as comitivas ministeriais que vão ao estrangeiro procurar investidores.

Indústria
Considerando que actualmente a indústria "não é a mesma que existia", o CDS nota que hoje "há uma indústria criativa e de base tecnológica que era preciso incentivar". Pelo seu lado, os socialistas defendem um "programa de burocracia zero", que agilize, por exemplo, licenciamentos de empreendimentos. O PS promete constituir "fundos de apoio às PME e micro-empresas", bem como isentar taxas e derrama às empresas que criem postos de trabalho efectivos.

Agricultura
PS e CDS coincidem na ideia de que é preciso apostar na agricultura e valorizar a área rural. O PS fala na criação de um centro experimental na quinta de São João e um centro de investigação aplicada na área agrícola e na aposta no turismo rural e agro-turismo ecológico. Já o CDS propõe a elaboração de "um roteiro aos pontos de interesse da nossa agricultura" e "dar a conhecer um dos nossos principais recursos, que é a agricultura".


análise swot

O que dá força e constitui fraquezas

FORÇAS
Localização
As Caldas da Rainha estão próximas de Lisboa bem como de portos marítimos, o que facilita o escoamento dos produtos trabalhados pela indústria.

Ecossistema criativo
A ESAD é o epicentro de um forte ecossistema, o criativo. Muitos jovens que estudam neste pólo universitário têm-se fixado na cidade beneficiando da rede de contactos.

FRAQUEZAS
Falta de planeamento e coordenação
São comuns as queixas de falta de diálogo entre os diferentes agentes da sociedade caldense, tanto no plano político como cultural.

Pouca indústria
O concelho não é facilmente associado à tradição industrial, apesar de alguns nomes sonantes que optaram por aí ter unidades.

AMEAÇAS
Acessibilidades
Surgem várias críticas à qualidade da A8 e à degradação das estradas que ligam a cidade das Caldas da Rainha às zonas rurais do concelho. A ligação ferroviária a Lisboa está ultrapassada.
Desertificação das zonas rurais
A população tende a fixar-se na cidade, deixando em risco de desertifição os territórios rurais. O que penaliza o potencial agrícola.

OPORTUNIDADES
Agricultura
Potencial para o cultivo de frutos e hortícolas. Há disponibilidade de terrenos férteis e as condições climatéricas também são propícias.

Novos projectos turísticos
O avançar dos projectos turísticos previstos para a Lagoa de Óbidos e para um hotel e centro termal no Parque D. Carlos I conferem potencial de crescimento à economia caldense.

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