Outros sites Medialivre
Notícia

Promol: "Não podemos concorrer com produtos chineses"

Paulo Roque, administrador da Promol, fala dos desafios da companhia.

06 de Março de 2017 às 20:58
Pedro Elias
  • Partilhar artigo
  • ...

O preço da mão-de-obra em Portugal, mais barata do que no Norte da Europa, tornam a aposta do grupo sueco ALG mais atractiva. Contudo, o administrador da Promol acredita que a mais-valia nacional está na qualidade. A atenção às preocupações ambientais dos seus principais clientes é outro dos argumentos invocados.

Como é que a Promol consegue distinguir-se da sua concorrência?

Temos de ser competitivos. Não nos vamos diferenciar apenas pelo custo, embora tenhamos de ter um preço em linha com o mercado. Para chegar até aí temos de ter qualidade no nosso produto. Temos de vender um conceito e não um produto. A qualidade vem da especialização dos nossos métodos de produção e serviços. Se me pergunta se podemos concorrer com produtos chineses, não.

Mas Portugal tem a vantagem da mão-de-obra barata face à restante Europa?

É um facto que o custo da mão-de-obra em Portugal é mais barato. Não vou negar que é um dos factores-chave para esta empresa estar no sul da Europa.

"Temos um plano de produzir velas sem ter de usar parafina, com gorduras animais e vegetais." paulo roque, Administrador da Promol

Que ainda assim não chega para fazer face à concorrência asiática.

Os produtos asiáticos chegam à Europa com um preço excessivamente baixo mas também não cumprem, de uma forma geral, com as normas de qualidade. O que fazemos é ir buscar matérias-primas ao mercado asiático, sobretudo pela abundância.

Não é agridoce ver os produtos chegarem ao mercado mas não terem a marca Promol?

Se lhe disser que não, estou a mentir. Os produtos não saem daqui com a marca do fabricante, mas com a marca dos elementos do grupo que vão colocar estes produtos no mercado. Outra coisa diferente é a Promol estar presente no mercado regional do sul da Europa, nomeadamente ibérico. Vamos procurar estar mais presentes no mercado ibérico com as marcas do grupo ou com marca própria, queremos apostar no mercado regional.

E criar a vossa própria rede de lojas?

Não está na nossa perspectiva criar lojas próprias.

Planos para o futuro, o que há em vista?

Temos um plano de produzir velas sem ter de usar parafina. O futuro aponta para que haja menos parafina. Temos de ir buscar matérias-primas alternativas: as gorduras quer animais quer vegetais. Na Escandinávia, a aposta é em velas produzidas a partir de gorduras animais. 

Mais notícias