As vendas de bens ao exterior realizadas por empresas de Beja duplicaram em apenas dois anos, mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). E não se trata apenas de um salto isolado. As exportações estão a crescer quase ininterruptamente pelo menos desde 2005.

Foi um salto muito significativo. Há dez anos, Beja exportava perto de 875 mil euros. Hoje, esse valor supera os 113 milhões. O maior aumento ocorreu de 2007 para 2008, devido a uma explosão da venda de material de transporte, segmento que se tem mostrado irregular. Num só ano, o concelho passou de 6 para 30 milhões de euros em exportações anuais de bens.

Actualmente, Beja vive um novo período de forte crescimento das suas vendas ao exterior. Em dois anos, elas passaram de 57 para 91 milhões, dando depois um novo salto para os 113 milhões em 2015.

A principal responsável por este aumento mais recente é a categoria de óleos animais e vegetais, onde está, por exemplo, o azeite produzido no Alentejo, cujas exportações têm avançado a um ritmo forte e, nesta altura, já representam 83% das vendas totais do município.

A lista das dez maiores empresas exportadoras reflecte este peso grande da agricultura e da indústria de transformação de produtos do sector primário. Poucas são as empresas deste "top" 10 que não pertencem a esses ramos de actividade. A espanhola De Prado lidera o "ranking" compilado pela Informa D&B, com vendas ao exterior de mais de 42 milhões de euros em 2014. A Sociedade Agrícola do Vale de Umbria, que aparece em segundo lugar, regista apenas 12 milhões. Todos os outros estão abaixo dos três milhões de euros em exportações.

Em paralelo com o aumento das vendas para fora do país, assiste-se também a um reforço, embora mais lento, das entradas. As importações do município também cresceram nos últimos anos, principalmente entre 2014 e 2015. Ainda assim, face a 2011, Beja tem um excedente maior, com o seu saldo comercial a avançar de 13 para 55 milhões de euros nesses quatro anos.