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OLI: "Temos de ser melhores do que os suíços e alemães"

A OLI - Oliveira & Irmão é uma grande exportadora portuguesa. Está em Aveiro. António Oliveira, presidente da empresa, fala ao Negócios dos desafios da exportação.

24 de Fevereiro de 2015 às 00:01
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O empresário frisa que não há penalização de imagem pela nacionalidade se as empresas "não se puserem a jeito".

 

Que conselhos dá aos exportadores portugueses?
Rigor profissional, sobretudo. Um dos problemas nacionais é a falta de rigor. Se não formos rigorosos não temos credibilidade. Temos de ser mais rigorosos do que os nossos concorrentes em tudo: em termos financeiros, de desenvolvimento de produtos, de cumprimento de prazos, na qualidade da produção.

 

São penalizados por serem portugueses?
Não há penalização de imagem por ser português se não dermos azo a isso, se não nos pusermos a jeito. Mas temos de ser tão bons ou melhores do que os outros porque Portugal não tem uma imagem de país industrial. Os nossos concorrentes são suíços e alemães e temos de ter um nível qualitativo comparável.

 

Quais são as vantagens competitivas que apresentam?
Flexibilidade e mais imaginação para resolver os problemas, adaptabilidade às necessidades específicas dos mercados e dos clientes. Eles são mais rígidos e menos flexíveis.

 

Em termos de preço também são mais competitivos.
Depende. Mas não nos queremos posicionar pelo preço, senão estamos a abrir portas aos chineses. Temos menos custos de mão-de-obra, mas temos os custos logísticos.

 

Metade do capital está nas mãos de um grupo industrial do Norte de Itália da área do aquecimento e das tubagens. Como tem sido a experiência?
A Fondital é de uma área complementar. Entrou em 1993 para substituir outro grupo também italiano – saiu porque precisava de transformar a quota em dinheiro – e a experiência tem sido positiva. Já leva 20 anos, funciona e estamos ambos a passar algumas tarefas para a geração seguinte [a terceira].

 

O que têm conseguido?
Competência industrial e acesso a soluções industriais que, de outra maneira, seriam menos fáceis. A colaboração é sobretudo industrial. Em termos comerciais somos autónomos, embora colaboremos. Nestas coisas, 1+1 normalmente dá mais que dois.

 

Como colaboram com as universidades, que têm um tempo diferente das empresas?
Têm, de facto, e tentamos ultrapassar isso. Colaboramos com a Faculdade de Engenharia do Porto, a Universidade de Aveiro e Coimbra no desenvolvimento de soluções ou quando precisamos de tecnologias que não detemos. E com o Minho no desenvolvimento de materiais. A facilidade com que as empresas portuguesas, mesmo relativamente pequenas, podem aceder às universidades é uma vantagem muito grande face a outros países.

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