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. Automóvel
O Grupo ERT teve origem numa empresa que produzia revestimentos para calçado, fundada em 1992, em São João da Madeira. Em 2000, entrou no mercado automóvel, em 2002 no desporto e, em 2009, no vestuário. Como refere Alexandre Figueiredo, CEO do Grupo ERT, "destaca-se como uma trajetória marcante no setor dos têxteis técnicos e da indústria automóvel".
Hoje, o automóvel é o core business, representando 93% da produção e 76% das exportações em 2023. Nas suas previsões, em 2027, a proporção será de 92% da produção e 82% exportado. A Europa é o principal mercado, tendo clientes em Marrocos, Uruguai, África do Sul e México. A ERT é uma multinacional com mais de 1000 funcionários, instalações fabris em Portugal, na República Checa, na Roménia e em Marrocos, e um volume de negócios consolidado acima de 100 milhões de euros.
Hoje, o automóvel é o core business, representando 93% da produção e 76% das exportações em 2023. Nas suas previsões, em 2027, a proporção será de 92% da produção e 82% exportado. A Europa é o principal mercado, tendo clientes em Marrocos, Uruguai, África do Sul e México. A ERT é uma multinacional com mais de 1000 funcionários, instalações fabris em Portugal, na República Checa, na Roménia e em Marrocos, e um volume de negócios consolidado acima de 100 milhões de euros.
Neste momento, a indústria automóvel na Europa e na América do Norte enfrenta desafios como a transição para a mobilidade elétrica, a automação e a sustentabilidade. Mas, "com a incerteza da motorização do carro do futuro, o mercado está estagnado", afirma Alexandre Figueiredo. Além disso, "está a fragmentar-se com a introdução de novas marcas e a instalação de OEM chinesas na Europa, no Médio Oriente e em África, implicando maior concorrência e redução das margens".
Moda e desporto
Apesar do foco no automóvel, Alexandre Figueiredo explica que o desenvolvimento de produtos para os setores da moda, calçado e desporto é importante, "porque ampliam a diversificação de mercados da empresa e demonstram a sua capacidade de aplicar tecnologias inovadoras de têxteis técnicos em diferentes indústrias. Não apenas diversificam as fontes de receita do grupo, mas também impulsionam a inovação contínua".
Segundo Alexandre Figueiredo, "a inovação foi central para o crescimento do grupo, que investiu em tecnologias avançadas como laminação têxtil, corte de couro, termomoldagem injeção de espuma e costura, além de estabelecer parcerias estratégicas com universidades e centros tecnológicos". Destaca que em 2014, foi inaugurado o Centro de Inovação Criativa, que impulsiona projetos de pesquisa e desenvolvimento, incluindo soluções para a economia circular e mobilidade elétrica. O seu compromisso com sustentabilidade e inovação foi reconhecido internacionalmente, com o prémio Techtextil Innovation Award em 2022. "Esta trajetória exemplifica como a ERT combinou visão estratégica, diversificação de mercados e investimento tecnológico para se tornar referência no setor", conclui Alexandre Figueiredo.
José Couto: "98% dos automóveis produzidos na Europa têm pelo menos um componente Made in Portugal"
Portugal deveria focar-se na atração de um novo construtor automóvel que invista numa nova linha de montagem, o que teria um impacto elevado na indústria de componentes automóveis.
A indústria de componentes para automóveis agrega 360 empresas com sede ou laboração em Portugal, empregando diretamente cerca de 64 mil pessoas. "Em 2023, esta indústria bateu um máximo histórico, com o volume de negócios a atingir os 14,3 mil milhões de euros, uma subida de 5%", revela José Couto, presidente do Conselho Diretor da AFIA - Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel. Em termos de importância na economia nacional, representa 5,4% do PIB, 8,9% do emprego da indústria transformadora, 11,1% do valor acrescentado bruto da indústria transformadora e 15,6% das exportações nacionais de bens transacionáveis
Quais são as suas principais vantagens competitivas?
A evolução tecnológica do automóvel, como a limitação de emissões, a condução autónoma e o aumento da conectividade, cria janelas de oportunidade para a indústria automóvel. Portugal, com entidades públicas em coordenação com as privadas, deveria ter um plano de contacto com todos os construtores de automóveis (OEM - Original Equipment Manufacturer) e com os grandes fornecedores/integradores internacionais de componentes (os "Tier 1"), para captar os seus projetos e investimentos.
Deveríamos promover a imagem do país no exterior, com vista à captação de mais investimento estrangeiro, focando-nos num novo construtor automóvel que invista numa nova linha de montagem, o que teria um elevado impacto na indústria de componentes automóveis.
Quais são os principais desafios para o setor?
A indústria automóvel tem assistido a vários acontecimentos e desenvolvimentos marcantes nos últimos anos, em termos de tecnologia, sustentabilidade e preferências dos consumidores. A indústria encontra-se numa encruzilhada, com várias tendências a transformá-la, como a transição ecológica (eletromobilidade, pilhas de combustível a hidrogénio, etc.) e a transição digital (conectividade, condução autónoma, software, etc.).
A indústria portuguesa de componentes automóveis investe continuamente na modernização das fábricas e na inovação dos processos de fabrico. Entre 2015 e 2023, foram investidos 6.300 milhões de euros, o que representa 15,8% do investimento de toda a indústria transformadora. Entre 2019 e 2023, o setor cresceu a uma taxa média anual superior a 6%, o que contrasta com um decréscimo médio anual de 4,3% na produção automóvel na Europa.
Esta performance só é possível graças à resiliência, competitividade e fiabilidade demonstradas pela indústria junto dos clientes internacionais. Refira-se que 98% dos modelos automóveis produzidos na Europa integram pelo menos um componente Made in Portugal.
Em termos de exportações, quais são os segmentos produtivos mais fortes e os principais mercados?
A indústria de componentes para automóveis é um setor altamente exportador: as vendas diretas ao exterior representam 85% do volume de negócios. Se forem consideradas também as exportações indiretas - vendas para um cliente nacional que, por sua vez, exporta a partir de Portugal -, esse valor atinge 95% da atividade.
Relativamente à quota das exportações de componentes para automóveis por região, a Europa concentra 89% das vendas realizadas, seguida pela América (5,7%), África e Médio Oriente (3,2%) e, por fim, a Ásia (2,1%).
Analisando por país, Espanha (o 2.º maior produtor automóvel europeu) é o principal destino, representando 27,8% das exportações, seguida pela Alemanha (o maior produtor automóvel europeu), com 22,4%. França, com 10,3% de quota, é o terceiro maior destino. Em conjunto, estes três países são responsáveis por 60,5% das exportações. Na quarta posição estão os Estados Unidos da América, com 4,5%.
O Grupo ERT teve origem numa empresa que produzia revestimentos para calçado, fundada em 1992, em São João da Madeira. Em 2000, entrou no mercado automóvel, em 2002 no desporto e, em 2009, no vestuário. Como refere Alexandre Figueiredo, CEO do Grupo ERT, "destaca-se como uma trajetória marcante no setor dos têxteis técnicos e da indústria automóvel".
Hoje, o automóvel é o core business, representando 93% da produção e 76% das exportações em 2023. Nas suas previsões, em 2027, a proporção será de 92% da produção e 82% exportado. A Europa é o principal mercado, tendo clientes em Marrocos, Uruguai, África do Sul e México. A ERT é uma multinacional com mais de 1000 funcionários, instalações fabris em Portugal, na República Checa, na Roménia e em Marrocos, e um volume de negócios consolidado acima de 100 milhões de euros.
Hoje, o automóvel é o core business, representando 93% da produção e 76% das exportações em 2023. Nas suas previsões, em 2027, a proporção será de 92% da produção e 82% exportado. A Europa é o principal mercado, tendo clientes em Marrocos, Uruguai, África do Sul e México. A ERT é uma multinacional com mais de 1000 funcionários, instalações fabris em Portugal, na República Checa, na Roménia e em Marrocos, e um volume de negócios consolidado acima de 100 milhões de euros.
Neste momento, a indústria automóvel na Europa e na América do Norte enfrenta desafios como a transição para a mobilidade elétrica, a automação e a sustentabilidade. Mas, "com a incerteza da motorização do carro do futuro, o mercado está estagnado", afirma Alexandre Figueiredo. Além disso, "está a fragmentar-se com a introdução de novas marcas e a instalação de OEM chinesas na Europa, no Médio Oriente e em África, implicando maior concorrência e redução das margens".
Moda e desporto
Apesar do foco no automóvel, Alexandre Figueiredo explica que o desenvolvimento de produtos para os setores da moda, calçado e desporto é importante, "porque ampliam a diversificação de mercados da empresa e demonstram a sua capacidade de aplicar tecnologias inovadoras de têxteis técnicos em diferentes indústrias. Não apenas diversificam as fontes de receita do grupo, mas também impulsionam a inovação contínua".
Segundo Alexandre Figueiredo, "a inovação foi central para o crescimento do grupo, que investiu em tecnologias avançadas como laminação têxtil, corte de couro, termomoldagem injeção de espuma e costura, além de estabelecer parcerias estratégicas com universidades e centros tecnológicos". Destaca que em 2014, foi inaugurado o Centro de Inovação Criativa, que impulsiona projetos de pesquisa e desenvolvimento, incluindo soluções para a economia circular e mobilidade elétrica. O seu compromisso com sustentabilidade e inovação foi reconhecido internacionalmente, com o prémio Techtextil Innovation Award em 2022. "Esta trajetória exemplifica como a ERT combinou visão estratégica, diversificação de mercados e investimento tecnológico para se tornar referência no setor", conclui Alexandre Figueiredo.
José Couto: "98% dos automóveis produzidos na Europa têm pelo menos um componente Made in Portugal"
Portugal deveria focar-se na atração de um novo construtor automóvel que invista numa nova linha de montagem, o que teria um impacto elevado na indústria de componentes automóveis.
José Couto, presidente da AFIA
A indústria de componentes para automóveis agrega 360 empresas com sede ou laboração em Portugal, empregando diretamente cerca de 64 mil pessoas. "Em 2023, esta indústria bateu um máximo histórico, com o volume de negócios a atingir os 14,3 mil milhões de euros, uma subida de 5%", revela José Couto, presidente do Conselho Diretor da AFIA - Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel. Em termos de importância na economia nacional, representa 5,4% do PIB, 8,9% do emprego da indústria transformadora, 11,1% do valor acrescentado bruto da indústria transformadora e 15,6% das exportações nacionais de bens transacionáveis
Quais são as suas principais vantagens competitivas?
A evolução tecnológica do automóvel, como a limitação de emissões, a condução autónoma e o aumento da conectividade, cria janelas de oportunidade para a indústria automóvel. Portugal, com entidades públicas em coordenação com as privadas, deveria ter um plano de contacto com todos os construtores de automóveis (OEM - Original Equipment Manufacturer) e com os grandes fornecedores/integradores internacionais de componentes (os "Tier 1"), para captar os seus projetos e investimentos.
Deveríamos promover a imagem do país no exterior, com vista à captação de mais investimento estrangeiro, focando-nos num novo construtor automóvel que invista numa nova linha de montagem, o que teria um elevado impacto na indústria de componentes automóveis.
Quais são os principais desafios para o setor?
A indústria automóvel tem assistido a vários acontecimentos e desenvolvimentos marcantes nos últimos anos, em termos de tecnologia, sustentabilidade e preferências dos consumidores. A indústria encontra-se numa encruzilhada, com várias tendências a transformá-la, como a transição ecológica (eletromobilidade, pilhas de combustível a hidrogénio, etc.) e a transição digital (conectividade, condução autónoma, software, etc.).
A indústria portuguesa de componentes automóveis investe continuamente na modernização das fábricas e na inovação dos processos de fabrico. Entre 2015 e 2023, foram investidos 6.300 milhões de euros, o que representa 15,8% do investimento de toda a indústria transformadora. Entre 2019 e 2023, o setor cresceu a uma taxa média anual superior a 6%, o que contrasta com um decréscimo médio anual de 4,3% na produção automóvel na Europa.
Esta performance só é possível graças à resiliência, competitividade e fiabilidade demonstradas pela indústria junto dos clientes internacionais. Refira-se que 98% dos modelos automóveis produzidos na Europa integram pelo menos um componente Made in Portugal.
Em termos de exportações, quais são os segmentos produtivos mais fortes e os principais mercados?
A indústria de componentes para automóveis é um setor altamente exportador: as vendas diretas ao exterior representam 85% do volume de negócios. Se forem consideradas também as exportações indiretas - vendas para um cliente nacional que, por sua vez, exporta a partir de Portugal -, esse valor atinge 95% da atividade.
Relativamente à quota das exportações de componentes para automóveis por região, a Europa concentra 89% das vendas realizadas, seguida pela América (5,7%), África e Médio Oriente (3,2%) e, por fim, a Ásia (2,1%).
Analisando por país, Espanha (o 2.º maior produtor automóvel europeu) é o principal destino, representando 27,8% das exportações, seguida pela Alemanha (o maior produtor automóvel europeu), com 22,4%. França, com 10,3% de quota, é o terceiro maior destino. Em conjunto, estes três países são responsáveis por 60,5% das exportações. Na quarta posição estão os Estados Unidos da América, com 4,5%.