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Pedro Ginjeira do Nascimento, secretário-geral do Business Roundtable Portugal, explica que a associação tem um conjunto ambicioso de iniciativas para ajudar as PME a crescer.
"Somos um action tank mais do que um think tank. Acreditamos na iniciativa privada, e, para além de influenciar as políticas públicas, há muito que podemos fazer. Temos um conjunto de iniciativas que envolvem mais de 200 quadros", afirmou Pedro Ginjeira do Nascimento, secretário-geral da associação Business Roundtable Portugal, no Millennium Portugal Exportador, um evento organizado pela Fundação AIP em parceria com o Millennium BCP e com o apoio da AICEP Portugal Global, que contou ainda com o Negócios como media partner.
Esta associação nasceu há três anos, junta 43 empresas e grupos empresariais, que representam 124 mil milhões de euros de receitas e quase 500 mil trabalhadores, 250 mil em Portugal.
"O BRP tem um conjunto ambicioso de iniciativas para ajudar as PME a crescer", como programas para as PME até 150 milhões de euros de faturação, de modo a "poderem dar o salto e chegar a empresas globais". Um programa de profissionalização da governance das empresas, que considera um fator essencial para promover o crescimento das empresas, e o programa Globalizar, que tem 40 espaços, em instalações em empresas associadas, em 14 países e quatro continentes, para apoiar as empresas portuguesas que estão a dar os primeiros passos na internacionalização.
Na sua atuação, um dos eixos é a atração e retenção de talento, a requalificação em parceria com o IEFP e o ensino profissional "porque as nossas empresas precisam de muitos técnicos".
Produtividade e salários
Um dos principais objetivos do BRP é fazer com as empresas ganhem escala. Uma das razões reside na sua contribuição para o aumento de produtividade. "Temos a cerca de 70% da produtividade europeia, ora se a produtividade europeia está a 70% da produtividade americana, Portugal têm metade da produtividade dos americanos", disse Pedro Ginjeira do Nascimento.
Os dados mostram que, em termos de emprego, em Portugal proliferam as microempresas, são cerca de 44,1% contra 30,1% na União Europeia, enquanto a relação, nas grandes empresas, é de 21,5% em Portugal e 36,4% na União Europeia. Mas, quando se olha para a produtividade, "as grandes empresas portuguesas são 1,4 a 1,6 vezes mais produtivas, portanto, se temos menos empresas das mais produtivas e mais das menos produtivas, temos um problema de produtividade do país".
Revelou ainda dados de uma tese de Catarina Gaspar que mostram que, em Portugal, "há uma correlação muito clara entre a dimensão das empresas e o salário médio. Os dados do BRP também o comprovam. O salário médio das empresas do BRP é de 2656 euros, duas vezes mais do que salário médio do setor privado em Portugal, que é de 1302 euros. Com mais empresas que pagam duas vezes mais, o salário médio seria maior em Portugal", concluiu Pedro Ginjeira do Nascimento.