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Francisco Rocha Gonçalves, espera que dentro de dois a três anos, Oeiras possa ter toda a iluminação pública em LED, sem esforço financeiro para o município.
"As cidades são motores de mudança, porque é nelas que se encontram as pessoas e não apenas pela sua condição de cidade", assinalou Francisco Rocha Gonçalves, vice-presidente da Câmara Municipal de Oeiras, durante uma iniciativa do Electric Summit, um projeto do Negócios, da Sábado e da CMTV, em parceria com a Galp, a REN e a Siemens, que conta com a EY como knowledge partner e com Oeiras como município anfitrião.
Em meados da década de 1980, a Câmara Municipal de Oeiras começou por preparar, inicialmente, os planos de pormenor e, posteriormente, o Plano Diretor Municipal, que definiram o ordenamento da cidade e marcaram os primeiros passos para a mudança e transformação. Em 1994, subscreveu a Carta da Sustentabilidade das Cidades Europeias, conhecida como Carta de Aalborg, um marco alcançado antes de se falar em transições energética e digital."
Líder nos carregamentos
O município conta com o PAECO 2030+, o Plano de Ação, Energia e Clima de Oeiras, que apresenta quatro objetivos essenciais. O primeiro é proteger as pessoas no contexto das alterações climáticas, seguido da proteção da economia e da competitividade, das infraestruturas essenciais e, por fim, da partilha de conhecimento, aprofundando o tema e trazendo as pessoas para a realidade da adaptação às alterações climáticas e à transição energética, envolvendo-as na tomada de decisão.
Entre as suas principais metas estão a redução de 70% na emissão de gases com efeito de estufa, a descarbonização da comunidade, a substituição de lâmpadas tradicionais por LED e a eletrificação da frota automóvel do município.
Em 2017, não existiam em Oeiras postos de carregamento rápidos e ultrarrápidos em espaço público. "Em pouco menos de quatro anos, conseguimos tornar-nos o município português com maior capacidade de carregamento, considerando um rácio calculado em função dos quilómetros de estrada, sendo o segundo município da Europa nesta matéria", salienta Francisco Rocha Gonçalves. Reconhece que é necessário desenvolver a área dos carregadores normais ou menos rápidos, mas sublinha que o carregamento rápido é crucial, dado que a comodidade e a conveniência são fatores muito importantes para incentivar a adesão aos carros elétricos.
Edifícios e LED
Os novos edifícios públicos a construir no município de Oeiras que disponham de garagem terão de incluir instalações de carregamento ou pré-instalações para carregamento de carros elétricos, painéis de energia fotovoltaica ou sistemas de produção de calor para bombas de água. A capacidade térmica do edifício deverá permitir que este seja ambientalmente sustentável. "Nas novas construções, é imprescindível adaptarmo-nos à nova realidade. É uma exigência da vida moderna, portanto, não há como fugir disso", afirmou Francisco Rocha Gonçalves.
O novo edifício administrativo da Câmara é um exemplo de construção ambientalmente sustentável, tendo o projeto sido reformulado, dado que o plano original já tinha vários anos. Trata-se de um edifício dotado de postos de carregamento na garagem, painéis fotovoltaicos e sistemas de aquecimento de água através de painéis solares. Além disso, sempre que há fundos europeus disponíveis para aumentar a sustentabilidade dos edifícios, têm sido instalados painéis fotovoltaicos em creches, escolas, bares municipais e outros edifícios públicos.
Há 15 anos que Oeiras utiliza LED na iluminação pública, mas, como salientou Francisco Rocha Gonçalves, "uma luminária LED de 2024 é muito diferente de uma luminária LED de 2012". Francisco Rocha Gonçalves manifestou ainda a expectativa de que, "dentro de dois a três anos, possamos ter toda a iluminação pública de Oeiras em LED, sem esforço financeiro para o município, recorrendo a instrumentos financeiros que permitam a substituição dessas luminárias sem encargos municipais."